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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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Queda dos preços é prioridade, diz BC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, voltou a dizer ontem que a prioridade é a queda da inflação e que a decisão de reduzir a dívida pública interna atrelada ao dólar é um "objetivo de longo prazo definido com clareza pelo governo". Anteontem, o BC anunciou que diminuirá o volume de operações pelas quais oferece ao mercado proteção contra a variação do dólar.
Meirelles afirmou que espera reduzir os juros, mas somente quando a inflação ceder. Disse ainda que aqueles que se preocupam com os juros deveriam "se preocupar com a inflação".
"É aqui que se decidirá a batalha da inflação. E é aqui, portanto, que se decidirá também a batalha da redução da taxa de juros, que todos -inclusive nós, do Banco Central- esperam", afirmou Meirelles, na cerimônia de transmissão de cargo em que Gustavo Matos do Vale assumiu a Diretoria de Liquidações e Desestatização, no lugar de Carlos Eduardo de Freitas, na sede do BC.

Dívida cambial
A dívida interna do governo atrelada ao dólar é composta pelos títulos públicos federais cambiais e as chamadas operações de "swap", nas quais o BC assume os riscos de uma desvalorização do real em relação ao dólar. Assim que o BC anunciou a medida, no começo da tarde de segunda-feira, o dólar subiu, fechando o dia com alta de 3,87%, a R$ 3,03.
"Qualquer observador atento da economia brasileira sabe que o BC não tem adotado -e não adotará- atitudes abruptas e manterá a serenidade e a firmeza que têm caracterizado sua atuação na condução da política monetária e cambial", disse Meirelles.
Ele ressaltou o compromisso do BC em combater a alta de preços. "Repito que o BC se reforça neste momento na sua missão de combate à inflação. Como venho dizendo, o principal remédio empregado pelos bancos centrais dos principais países na defesa da moeda tem sido a taxa de juros."
O presidente do BC voltou a afirmar que, para os juros caírem, a inflação tem de ceder. "Uma inflação baixa é condição essencial para a retomada do crescimento, com distribuição de renda e justiça social. É isso o que espera de nós a sociedade brasileira."
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), elogiou a decisão do BC de não renovar integralmente sua dívida atrelada ao câmbio. O líder disse que a decisão ajudará o mercado a encontrar um "ponto de equilíbrio mais realista". "O BC já vinha reduzindo a sua exposição em títulos cambiais, rolando em torno de 95%. Ele vai reduzir um pouco mais este percentual. Não vejo motivo para uma inquietação do mercado."


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