São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998

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Empresas exigem escolaridade

do Conselho Editorial

Uma pista sobre as razões da dificuldade de emprego entre os jovens pode ser encontrada nos indicadores do IBGE sobre o perfil do trabalhador brasileiro.
"É inequívoco que, ano a ano, as empresas sobem suas exigências", afirma José Pastore, da Universidade de São Paulo.
De 1992 até 1996, o emprego para quem tem abaixo de 5 anos de escolaridade caiu 8%. Mas, para quem tem de 5 a 8 anos de escolaridade, subiu 20%. Mais revelador ainda: para quem tem entre 9 e 11 anos de estudo, pulou 28%.
O professor Pastore fez esse cruzamento nas regiões metropolitanas e a tendência apareceu ainda mais nítida.
Na categoria de até 5 anos de estudo, o emprego caiu 29%. Mas, para que estudou de 9 a 11 anos, subiu 27%.
A proposta em estudo no Ministério da Educação é induzir os Estados a oferecer cursos profissionalizantes, adaptados à realidade de cada região.
O fato é que cada vez mais vai ser difícil para pessoas de baixa escolaridade conseguir e manter seu emprego. Certas empresas já exigem segundo grau até para tarefas como faxineiro ou motorista.
Contrato temporário
Na sexta-feira, o ministro Pedro Malan (Fazenda) afirmou que o governo está estudando a criação de contratos temporários de trabalho específicos para jovens, como os que estão sendo usados na França.



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