São Paulo, domingo, 28 de junho de 1998

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Estudos avaliam criminalidade

do Conselho Editorial

Os índices de desemprego entre jovens agregam mais um impacto na economia, além do despreparo da mão-de-obra -o impacto econômico da violência.
Estudiosos no Brasil começam a investigar com profundidade a relação entre desemprego juvenil e aumento da criminalidade, que significa uma série de custos para a economia de uma região.
É um peso não apenas pelo seu significado em perdas de vidas e horas produtivas e em gastos com saúde, mas de atração aos investimentos.
Os perfis do preso ou do delinquente hoje no Brasil equivalem ao do desempregado -e isso se vê na maioria dos municípios pesquisados no levantamento da Folha sobre desemprego juvenil. É alguém com baixa escolaridade, desempregado ou subempregado.
O Ilanud, entidade da ONU que estuda violência, lançou em 97 documento mostrando que, à medida que subia o desemprego, subia o crime, em especial o furto.
Não é, porém, uma relação mecânica. É todo um processo de marginalização, envolvendo uma série de fatores como drogas, álcool, desestrutura familiar.
Estar desempregado hoje não significa que, no dia seguinte, se transforme num criminoso.
Nos EUA, conseguiu-se documentar uma relação direta entre jovens desempregados, elevação do tráfico de drogas e violência.
Tanto que as políticas públicas visam, essencialmente, colocar o jovem do mercado.



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