São Paulo, sexta-feira, 28 de julho de 2000


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ANÁLISE

Resultado pode não se repetir

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo acumulou um resultado fiscal surpreendente no primeiro semestre deste ano, mas nada garante que o desempenho vá se repetir daqui para diante nem que a meta anual estabelecida no acordo com o Fundo Monetário Internacional esteja garantida de antemão.
A maior parte do que o governo economizou no início deste ano se deve à demora na aprovação do Orçamento de 2000, que só começou a vigorar em maio passado.
Sem essa lei, o governo brasileiro esteve obrigado a observar rígidos limites de despesa.
Ou seja: os gastos estiveram represados no início deste ano e a tendência é que os ministérios façam maior pressão sobre o Tesouro Nacional no segundo semestre para tocar seus projetos, obras e investimentos. Com isso, os gastos públicos devem aumentar.
Do ponto de vista das receitas, as perspectivas também não são muito favoráveis.
O crescimento econômico deve ficar abaixo do projetado pelo governo, produzindo uma arrecadação menor do que aquela que está sendo esperada.
No início deste ano, a equipe econômica trabalhava com a expectativa de que houvesse um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas no país) de pelo menos 4% neste ano.
Mas, como o Banco Central teve de manter os juros mais altos que o planejado no primeiro semestre, são grandes as chances de a expansão da economia ficar menor que isso.

Eleições
As eleições também são uma fonte de preocupação.
Em apenas cinco meses, os Estados acumularam um superávit que representa duas vezes o valor obtido em todo o ano passado.
Como conseguiram economizar mais do que o esperado, a tendência é que, a partir de agora, desovem recursos para eleger prefeitos aliados.
Também conspiram contra a meta fiscal a queda da alíquota da CPMF, de 0,38% para 0,30%, e a perspectiva de que, no segundo semestre, não vá se repetir a arrecadação de volumes recordes de receitas extraordinárias.



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