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ANÁLISE
Resultado pode não se repetir
ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo acumulou um
resultado fiscal surpreendente no primeiro semestre deste
ano, mas nada garante que o desempenho vá se repetir daqui para diante nem que a meta anual
estabelecida no acordo com o
Fundo Monetário Internacional
esteja garantida de antemão.
A maior parte do que o governo
economizou no início deste ano
se deve à demora na aprovação do
Orçamento de 2000, que só começou a vigorar em maio passado.
Sem essa lei, o governo brasileiro esteve obrigado a observar rígidos limites de despesa.
Ou seja: os gastos estiveram represados no início deste ano e a
tendência é que os ministérios façam maior pressão sobre o Tesouro Nacional no segundo semestre para tocar seus projetos,
obras e investimentos. Com isso,
os gastos públicos devem aumentar.
Do ponto de vista das receitas,
as perspectivas também não são
muito favoráveis.
O crescimento econômico deve
ficar abaixo do projetado pelo governo, produzindo uma arrecadação menor do que aquela que está
sendo esperada.
No início deste ano, a equipe
econômica trabalhava com a expectativa de que houvesse um
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas
produzidas no país) de pelo menos 4% neste ano.
Mas, como o Banco Central teve
de manter os juros mais altos que
o planejado no primeiro semestre, são grandes as chances de a
expansão da economia ficar menor que isso.
Eleições
As eleições também são uma
fonte de preocupação.
Em apenas cinco meses, os Estados acumularam um superávit
que representa duas vezes o valor
obtido em todo o ano passado.
Como conseguiram economizar mais do que o esperado, a tendência é que, a partir de agora, desovem recursos para eleger prefeitos aliados.
Também conspiram contra a
meta fiscal a queda da alíquota da
CPMF, de 0,38% para 0,30%, e a
perspectiva de que, no segundo
semestre, não vá se repetir a arrecadação de volumes recordes de
receitas extraordinárias.
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