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FMI admite erros,
mas governo quer
compensações
DE BUENOS AIRES
O Escritório de Avaliação Independente do FMI (Fundo
Monetário Internacional) reconheceu que o Fundo foi longe
demais ao apoiar por muito
tempo o regime de câmbio fixo
na Argentina e que se guiou
mais por expectativas do que
por dados macroeconômicos,
entre 1999 e 2002, sobre o país.
Mas o mea-culpa não foi suficiente para o governo argentino, conforme revelaram os jornais locais. O ministro da Economia, Roberto Lavagna, quer
que, além da autocrítica, o FMI
assuma a responsabilidade por
ter apoiado as políticas aplicadas no país na década de 90.
A responsabilidade, segundo
documento assinado por Lavagna que será entregue ao
Fundo, inclui continuar rolando os vencimentos da dívida
argentina até que o país saia da
moratória e aprovar as revisões
do último acordo, ou seja, não
travar futuros desembolsos.
O FMI deixou a Argentina há
mais de duas semanas, após
concluir a terceira revisão do
acordo de US$ 14 bilhões assinado em setembro, mas até
agora não aprovou a revisão,
que permite que o país saque as
parcelas do acordo.
O mea-culpa do FMI e a posição do governo argentino, expressadas pelo representante
do governo no Fundo, Hector
Torres, foram apresentadas
durante a exposição feita pelo
Escritório de Avaliação Independente do FMI, que avaliou
os programas aplicados pelo
fundo na Argentina entre 1991
e o início de 2002, quando o
país decretou a atual moratória
da dívida externa.
O escritório, que funciona como uma espécie de ouvidoria
do FMI, afirma que o Fundo
deveria ter forçado a Argentina
a abandonar o regime de câmbio fixo em 1999. Os resultados
da investigação feita por esse
escritório foram apresentados
aos diretores do FMI. Estes
agora terão que expor seus argumentos, que vão compor o
relatório final do Fundo.
Lavagna também vai enviar
um relatório. Segundo o "La
Nación", ele dirá que "os erros
do FMI favoreceram a capacidade dos governos argentinos
de endividarem-se sem disciplina fiscal e de enganar a opinião pública com veleidades do
Primeiro Mundo".
(CD)
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