|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONTAS EXTERNAS
Balança comercial consegue bom resultado e faz saldo negativo de 12 meses cair para 3,19% do PIB
Déficit externo é o menor em cinco anos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Graças à melhora no resultado
da balança comercial, o déficit em
transações correntes do Brasil
-um dos principais indicadores
da vulnerabilidade externa do
país- atingiu o nível mais baixo
em mais de cinco anos, segundo
dados do Banco Central.
Nos últimos 12 meses, o déficit
ficou acumulado em US$ 16,7 bilhões, o que equivale a 3,19% do
PIB (Produto Interno Bruto).
Desde março de 1997 a relação entre déficit externo e PIB não é tão
baixa.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco
Central, Altamir Lopes, "as contas
externas estão passando por um
ajuste muito forte". Entre janeiro
e julho deste ano, o déficit em
transações correntes ficou em
US$ 8,8 bilhões -pouco mais da
metade dos US$ 15,4 bilhões registrados em igual período de
2001.
No mês passado, o déficit foi de
US$ 550 milhões, podendo chegar
a US$ 150 milhões neste mês, segundo Lopes. Nas projeções do
BC, o déficit externo deve fechar o
ano em US$ 17 bilhões, o que representa 3,14% do PIB.
Essa melhora só foi possível por
causa do elevado superávit comercial registrado neste ano. Entre janeiro e julho deste ano, o saldo da balança ficou positivo em
US$ 3,8 bilhões, contra US$ 30
milhões no ano passado.
O maior superávit comercial,
por sua vez, é consequência da alta do dólar e do desaquecimento
da economia, que provocaram
uma queda nas importações. Nos
sete primeiros meses do ano, as
importações caíram 19% na comparação com 2001.
Transações
A conta de transações correntes
é formada pela balança comercial
(exportações menos importações), balança de serviços (viagens internacionais, pagamento
de juros e remessas de lucros e dividendos, entre outros) e transferências unilaterais (dinheiro enviado para o país por residentes
no exterior e vice-versa).
No caso do Brasil, mais da metade do déficit em transações correntes se refere aos juros da dívida
externa pagos tanto pelo setor
privado quanto pelo governo.
Neste ano, os gastos com juros devem chegar a US$ 14,97 bilhões, o
que representa 88% do déficit de
US$ 17 bilhões projetado pelo BC.
Para cobrir o déficit externo, o
país precisa atrair dólares na forma de investimento direto ou de
empréstimos. Os investimentos
são considerados a forma mais segura de financiar o déficit, pois o
seu fluxo é menos influenciado pelas turbulências do mercado financeiro.
Texto Anterior: Águia em transe: Encomendas crescem nos EUA Próximo Texto: Remessas ao exterior somam US$ 1,2 bi no mês Índice
|