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Aplicação externa deve cair US$ 7,5 bi
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O nervosismo do mercado financeiro internacional e a desconfiança em relação à economia brasileira devem reduzir em US$ 7,5 bilhões o fluxo de dólares para
o país, segundo o Banco Central. Esse é o dinheiro que, de acordo com o BC, estrangeiros deixarão de colocar no Brasil na forma de empréstimos e de investimentos.
Até o mês passado, o BC projetava para este ano um ingresso de US$ 18 bilhões em investimentos estrangeiros diretos. Agora, esse número foi reduzido para US$
16,5 bilhões. Entre janeiro e julho, o total de investimentos ficou em US$ 10,5 bilhões.
Isso significa que, para chegar aos US$ 16,5 bilhões esperados pelo governo, o país precisará receber cerca de US$ 1,2 bilhão por mês em investimento direto até o
final do ano. No mês passado ingressaram US$ 929 milhões, e
neste mês, pelo número parcial
calculado até ontem, foram US$
880 milhões.
Além disso, o BC estimava em
US$ 23 bilhões o total de empréstimos que o país conseguiria obter no mercado internacional. O
valor, que inclui operações de empresas e do governo, foi reduzido
para US$ 20 bilhões.
Por último, os gastos de investidores estrangeiros com a compra
de ações e outros títulos emitidos
por empresas brasileiras devem
ficar em US$ 1,5 bilhão, e não em
US$ 4,5 bilhões como estava sendo esperado até o mês passado.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a redução no fluxo de
capital externo é consequência da
"volatilidade interna e externa"
observada nas últimas semanas.
Câmbio e FMI
Os números divulgados ontem
pelo BC mostram que o novo
acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) foi necessário
para compensar a redução no fluxo de dólares para o país.
Nos últimos cinco meses deste
ano, o Brasil precisará, nas contas
do BC, de US$ 19,9 bilhões para
equilibrar o seu balanço de pagamentos, ou seja, para compensar
as saídas de dólares previstas para
o período. O balanço de pagamento registra as transações do
país com o exterior.
Até o mês passado, a expectativa do governo era que todo esse
dinheiro ingressasse no país por
meio de investimentos diretos e
empréstimos. Agora, com a redução esperada de US$ 7,5 bilhões
no fluxo de capital externo, o Brasil irá recorrer aos US$ 6 bilhões
que o FMI se comprometeu a emprestar ao governo brasileiro até o
final do ano.
Além disso, o governo conta
com US$ 2 bilhões adicionais que
devem vir com a melhora nos resultados da balança comercial: a
projeção oficial para o superávit
deste ano passou de US$ 5 bilhões
para US$ 7 bilhões. O saldo acumulado até a semana passada está
em US$ 5 bilhões.
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