São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 2002

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Empresas rolam menos da metade das dívidas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As empresas privadas conseguiram rolar apenas 46% da dívida externa que venceu neste mês, segundo dados do Banco Central. As parcelas que não puderam ser renovadas precisaram ser quitadas, o que levou as empresas a buscarem dólares no mercado e pressionou a cotação da moeda.
No mês passado, 40% da dívida externa do setor privado foi renovada. Em junho, foram somente 22%. Apesar da pequena melhora observada nas últimas semanas, os números ainda estão bem abaixo dos observados em 2001, quando as empresas conseguiram refinanciar integralmente suas dívidas e ainda tomaram novos empréstimos.
Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a dificuldade que as empresas têm enfrentado para rolar suas dívidas é "consequência da menor liquidez do mercado internacional".
Ou seja, depois da crise de confiança causada pelas fraudes contábeis cometidas por empresas norte-americanas, os investidores têm se mostrado mais cautelosos na hora de aplicar seu dinheiro em países emergentes.
O Brasil foi um dos mais atingidos por essa crise porque o mercado tem dúvidas em relação à capacidade do país em continuar financiando seu déficit externo e sua elevada dívida pública.
Neste ano, a expectativa do BC é que as empresas consigam rolar cerca de 45% de seus compromissos. No total, as parcelas da dívida externa privada que vencem em 2002 somam US$ 21,4 bilhões -US$ 14,2 bilhões já venceram.


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