São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 2002

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Brasil vai precisar de US$ 43,4 bilhões em 2003

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil vai precisar de US$ 43,4 bilhões para fechar as contas externas em 2003, no primeiro ano do mandato do próximo presidente. Ontem, o Banco Central divulgou, pela primeira vez, suas projeções para o balanço de pagamentos no ano que vem. O valor é um pouco menor do que os US$ 46,3 bilhões necessários para fechar as contas neste ano.
Os US$ 43,4 bilhões serão necessários para compensar o déficit em transações correntes do país e garantir o pagamento das parcelas da dívida externa que vencem em 2003.
O déficit em transações correntes é composto, principalmente, pelo resultado da balança comercial e da balança de serviços (que inclui pagamento de juros e remessas de lucros ao exterior, entre outros itens). Ele deve ficar em US$ 15,4 bilhões no ano que vem.
Os outros US$ 28 bilhões se referem às parcelas da dívida externa -tanto do governo quanto do setor privado- que vencem no ano que vem.
Para compensar essas saídas de dólares, o BC espera contar com US$ 17 bilhões em investimentos estrangeiros e US$ 26,5 bilhões em empréstimos externos a serem obtidos tanto pelo governo quanto pelas empresas.
Caso essas projeções realmente se confirmem, não será necessário recorrer a empréstimos do FMI (Fundo Monetário Internacional) para fechar as contas externas do ano que vem. Pelo novo acordo, fechado no início do mês, o governo terá acesso a uma linha de crédito total de US$ 30 bilhões, dos quais US$ 24 bilhões poderão ser sacados ao longo de 2003.
Os gastos com juros da dívida externa devem ficar em US$ 14,85 bilhões em 2003, valor praticamente igual aos US$ 14,97 bilhões projetados para este ano. As despesas com viagens internacionais devem registrar ligeira piora, chegando a US$ 1,2 bilhão, contra US$ 926 milhões esperados para 2002.
Nas contas do BC, a balança comercial deve apresentar um superávit de US$ 9 bilhões em 2003. O déficit em transações correntes ficaria em US$ 15,4 bilhões, o que equivaleria a 2,67% do PIB (Produto Interno Bruto) do ano que vem.


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