São Paulo, sexta-feira, 28 de agosto de 2009

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@grupofolha.com.br

ÚLTIMA ESPERANÇA
O atraso no desenvolvimento da safra de soja nos Estados Unidos -o que acarretaria perdas à produção- é a última esperança para os produtores brasileiros. As atenções se concentram em Illinois, que tem 72% das lavouras enchendo vagens, ante 94% na média de cinco anos, diz o Usda.

GEADAS
Uma geada precoce no Meio-Oeste atingiria as lavouras antes da maturação, prejudicando a produtividade. Esse atraso na safra se deve a problemas no plantio e a temperaturas baixas. Em alguns Estados, é o verão mais frio já registrado nos EUA, diz Daniele Siqueira, da Agência Rural, de Curitiba.

ATRASO SEM PERDAS
É bom lembrar, porém, que verão frio não significa necessariamente que setembro terá temperaturas abaixo da média, diz Siqueira. Além disso, as lavouras tinham atraso semelhante no ano passado e não houve perdas por geada.

CAFÉ NO PONTO
O café arábica deverá subir 24% até o final do ano, em Nova York. Isso porque as processadoras precisarão de maiores volumes desse tipo de café para cobrir as deficiências na oferta de robusta. A avaliação foi feita à Bloomberg por Mark Hansen, da trading CPM Group.

PRESSÃO MENOR
Após forte pressão nos últimos anos, o peso dos alimentos volta à média histórica nos índices de inflação, segundo economistas da Universidade Purdue (EUA). Eles preveem que os alimentos subirão de 2,5% a 3,5% em 2010.

ALGODÃO
Para auxiliar na comercialização, a Conab fará leilão de algodão em pluma na próxima quinta-feira. O Pepro (uma subvenção para garantir que o produtor venda o produto pelo preço mínimo) será de de 259,4 mil toneladas, ao valor mínimo de R$ 2,97 por saca de 60 kg.

DEVE SER MENOR
Em vista dos contratempos climáticos e da menor qualidade da cana-de-açúcar, a Unica poderá rever para baixo os dados de moagem de cana e de produção de açúcar e de álcool nesta safra 2009/10.

A FORÇA DO AÇÚCAR
Um dos reflexos desse cenário é que a saca de açúcar cristal voltou a superar os R$ 50 nas usinas paulistas, obtendo valorização de 69% em relação aos preços do mesmo período de 2008, conforme levantamento realizado pelo Cepea.

PERSISTE
O deficit mundial e, agora, a influência da redução de produtividade na safra brasileira podem garantir bons preços por pelo menos duas safras, aposta o setor. Há quem acredita que esse cenário favorável persista ainda por três safras.


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