São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2001

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Economistas vêem transparência

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As mudanças promovidas pelo Banco Central no cálculo do déficit público foram vistas como um sinal de transparência, e os novos números devem refletir melhor a situação das contas públicas, de acordo com os economistas ouvidos pela Folha.
Na opinião do economista Raul Velloso, o critério antigo acabava "punindo exageradamente" as contas públicas no caso de desvalorização do real.
Velloso disse que, mesmo com a mudança, é importante lembrar que o BC continuará a divulgar os números calculados tanto pelo critério novo como pelo antigo. Segundo Velloso, a mudança não vai excluir totalmente o efeito do câmbio sobre as contas públicas. "O dólar vai continuar fazendo a dívida crescer do mesmo jeito. Não está se escondendo o efeito do câmbio", disse.
A opinião de Velloso é parecida com a de Fabio Giambiagi, economista do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). "A mudança é perfeitamente válida", afirmou.
Giambiagi disse que defendia a adoção desse novo critério desde janeiro de 1999, na maxidesvalorização do real. Ele afirmou que "num cenário de câmbio bem comportado, não haveria diferença" entre as duas metodologias. Com a alta do dólar, porém, o critério antigo usado pelo BC acabava ficando distorcido.
Giambiagi afirmou ainda que não se deve criticar o BC por ter feito a mudança num momento de alta do dólar. "Em algum momento, isso teria que ser feito."



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