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Economistas vêem transparência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As mudanças promovidas pelo
Banco Central no cálculo do déficit público foram vistas como um
sinal de transparência, e os novos
números devem refletir melhor a
situação das contas públicas, de
acordo com os economistas ouvidos pela Folha.
Na opinião do economista Raul
Velloso, o critério antigo acabava
"punindo exageradamente" as
contas públicas no caso de desvalorização do real.
Velloso disse que, mesmo com a
mudança, é importante lembrar
que o BC continuará a divulgar os
números calculados tanto pelo
critério novo como pelo antigo.
Segundo Velloso, a mudança não
vai excluir totalmente o efeito do
câmbio sobre as contas públicas.
"O dólar vai continuar fazendo a
dívida crescer do mesmo jeito.
Não está se escondendo o efeito
do câmbio", disse.
A opinião de Velloso é parecida
com a de Fabio Giambiagi, economista do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social). "A mudança é perfeitamente válida", afirmou.
Giambiagi disse que defendia a
adoção desse novo critério desde
janeiro de 1999, na maxidesvalorização do real. Ele afirmou que
"num cenário de câmbio bem
comportado, não haveria diferença" entre as duas metodologias.
Com a alta do dólar, porém, o critério antigo usado pelo BC acabava ficando distorcido.
Giambiagi afirmou ainda que
não se deve criticar o BC por ter
feito a mudança num momento
de alta do dólar. "Em algum momento, isso teria que ser feito."
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