São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2001

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VIZINHO EM CRISE

Argentina deve ser pouco afetada pela crise mundial, dizem economistas
A Argentina deve ser, entre os países emergentes, o que deve ter menos alterações em sua situação econômica por conta da desaceleração mundial após os atentados aos EUA no dia 11. Isso porque antes mesmo do ataque o país já tinha perdido o acesso ao crédito internacional e praticamente não recebia mais investimentos estrangeiros, as principais consequências imediatas do atual cenário.
"O governo tenta mostrar isso como fato positivo, mas o fato é que a situação da Argentina não muda muito porque já estávamos no fundo do poço. Já tínhamos crédito zero e já há algum tempo que ninguém mais queria investir no país", disse ontem à Folha o economista Aldo Abram, da consultoria Exante.
A principal dúvida manifestada anteontem pelo FMI em relação ao país, o cumprimento da meta de déficit zero, terá nos meses de novembro e dezembro seu teste decisivo, na avaliação de Abram. "Se o país chegar a 1º de janeiro com equilíbrio fiscal, é possível imaginar que conseguirá continuar cumprindo dali em diante", diz.
Segundo ele, para cumprir a meta em novembro e dezembro, meses nos quais há uma grande quantidade de pagamentos previstos, devem ser efetuados novos cortes de gastos.
Para o ex-vice-ministro da Economia Orlando Ferreres, a Argentina já vinha "praticamente isolada do mundo" nos últimos meses, e a perspectiva de um conflito mundial não deve alterar a situação do país. Ele considera, porém, que, se o cenário de incerteza atual for de curta duração, o país poderá ser beneficiado no futuro.
Essa percepção foi reforçada ontem por um comunicado da agência americana Standard & Poor's (S&P), no qual diz que a situação argentina pode apresentar "uma surpresa favorável". (DE BUENOS AIRES)

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