ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, recomendou ontem às companhias telefônicas que reduzam o preço das ligações locais para diminuir a inadimplência (atraso de pagamento) entre os assinantes de menor poder aquisitivo. O ministro disse que está ""fora de questão" o subsídio das ligações pelo Tesouro Nacional. O subsídio para os assinantes das classes C, D e E foi proposto, semana passada, pelo presidente da Brasil Telecom Participações, Henrique Neves. A empresa presta o serviço de telefonia fixa local em dez Estados e, segundo seu executivo, desligou 600 mil linhas telefônicas no primeiro semestre, por falta de pagamento.
Segundo o ministro, os consórcios empresariais que compraram o controle acionário das antigas telefônicas estatais sabiam do compromisso de universalização do serviço e receberam vantagens para contrabalançar tal compromisso. ""Das vantagens eles não reclamaram", acrescentou ele.
O presidente da Brasil Telecom também reivindicou a redução dos impostos (que representam 45% da conta telefônica) e a criação de linhas de crédito de longo prazo para o setor. Quando a Telebrás foi privatizada, em 98, havia 20,3 milhões de linhas telefônicas fixas no país. Desde então, as empresas instalaram mais 24 milhões. A expansão acelerada significou a instalação de telefones nas residências de menor poder aquisitivo, que eram até então atendidas por telefones públicos.


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