DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado acionário paulista não resistiu e caiu fortemente. As perdas no pregão de ontem foram de 5,25%, a segunda maior queda registrada no ano. Em pontos, a Bovespa fechou no pior nível desde fevereiro de 1999: 8.715.
As perdas castigaram os principais papéis negociados na Bolsa. Dentre as ações mais negociadas, o destaque negativo foram as da Petrobras. Os papéis da companhia têm sofrido com uma série de boatos e incertezas quanto aos rumos que a estatal tomará nas mãos do próximo governo.
No pregão, operadores chegaram a comentar um suposto acordo entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Anthony Garotinho (PSB), que permitiria, em troca de apoio, que o pessebista indicasse o presidente da estatal em um hipotético governo petista. A queda das ações preferenciais da Petrobras ontem ficou em 9,3%. As ordinárias -com direito a voto- perderam 8,7%. Na semana, a desvalorização do papel ON ficou em 18,3%, seguido pelo PN, que fechou com baixa acumulada de 17,6% no período.
"Muitos investidores estrangeiros têm se desfeito dos papéis da Petrobras", afirma Michel Campanella, analista da corretora Socopa. Nos primeiros 20 dias do mês, o fluxo de recursos de investimentos estrangeiros para a Bolsa paulista ficou negativo em R$ 192,2 milhões.
No ano, a desvalorização acumulada do Ibovespa -índice que acompanha a oscilação dos preços das principais ações- já chega a 35,8%.
Em dólares, as perdas do índice no ano chegam a 61%: medido nessa moeda, ele está em 2.261 pontos, seu pior nível desde 1993.
Em uma semana tão negativa para o mercado acionário, as ações de empresas exportadoras conseguiram subir, impulsionadas pela escalada do dólar. Os papéis preferenciais da Siderúrgica Tubarão encerraram a semana com ganho acumulado de 11,5%. O papel PNA da Vale do Rio Doce foi outro destaque positivo, com alta de 7,6% no período.
O volume girado ontem foi superior à baixa média diária do mês. Foram negociados R$ 664,4 milhões. Destes, pouco mais de R$ 200 milhões foram movimentados pelas ações da Petrobras.
Na semana, quem mais sofreu foi o papel PN da Net, que teve desvalorização de 30,7%. Somente ontem, as perdas foram de 10%.
(FABRICIO VIEIRA)


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