São Paulo, sábado, 28 de setembro de 2002

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TRANSE GLOBAL

Balanços ruins e a divulgação de números fracos da saúde econômica dos EUA deram nova dose de pessimismo

Bolsa de NY amarga a 5ª semana de queda

DA REDAÇÃO

A Bolsa de Nova York amargou a quinta semana consecutiva de queda. Uma bateria de balanços empresariais ruins e números fracos sobre a saúde econômica dos EUA deram um nova dose de pessimismo aos investidores.
O índice Dow Jones perdeu quase 300 pontos ontem e fechou em queda de 3,7%, com 7.701 pontos. No acumulado da semana, o índice encolheu 3,6%. Nas últimas cinco semanas, as perdas chegam a 13%.
Os analistas e corretores de Wall Street comparam o atual clima do mercado financeiro com a tortura chinesa da água. Cada má notícia cai como se fosse uma gota sobre o torturado, ou seja, o investidor, ampliando a agonia das Bolsas.
O Dow Jones, que traz a média das 30 principais ações da Bolsa de Nova York, foi arrastado pela General Electric e pela Philip Morris, que emitiram perspectivas de lucros ruins para este trimestre. A GE caiu 7%, e a Philip Morris tombou 11%.

Trimestre negro
O índice Standard & Poor's das 500 principais ações dos EUA recuou 3,23%. Na semana, a queda ficou em 2,1%. Tido como o melhor índice para observar o mercado de maneira mais ampla, o S&P 500 deverá encerrar o período de julho a setembro com a pior perda trimestral desde o "crash" de 1987. A Nasdaq, Bolsa de empresas tecnológicas, cedeu 1,84% no dia e 1,8% na semana.
As ações da Delta Airlines, umas das maiores empresas aéreas dos EUA, informou que espera um prejuízo de US$ 350 milhões no trimestre e planeja cortar 1.500 atendentes. As ações da companhia tombaram 20%.
O pessimismo sobre a recuperação econômica cresceu ainda mais com a divulgação de um novo indicador que aponta uma queda na confiança do consumidor norte-americano. O índice apurado pela Universidade de Michigan recuou de 87,6 pontos, em agosto, para 86,1 neste mês.
Na terça-feira, o Conference Board, um instituto privado de pesquisas baseado em Nova York, já havia apontado que a percepção do norte-americano na situação econômica caiu ao nível mais baixo desde novembro.
O tombo nos preços das ações e a timidez da atividade econômica são fatores que podem levar o Federal Reserve (BC dos EUA) a fazer uma nova redução na taxa de juros, que seria a 12ª desde janeiro do ano passado. Na reunião desta semana, 2 dos 12 conselheiros do Fed pediram que a taxa, hoje em 1,75% ao ano, fosse reduzida.
"As autoridades do Federal Reserve começam a ficar mais preocupadas com as perspectivas econômicas", disse Robert DiClemente, economista-chefe do banco Salomon Smith Barney, em um comunicado aos clientes. "Acreditamos em um possível corte de meio ponto percentual nos juros, possivelmente em novembro [quando ocorre a próxima reunião do Fed]."

Europa mista, Japão sobe
Na Europa, os resultados foram mistos. A Bolsa de Frankfurt fechou com queda de 3,37%, e Paris recuou 0,37%. Já Londres encerrou em alta de 1,47%. A Bolsa de Tóquio viveu um dia de ligeira euforia, com a notícia de que o governo tentará sanear os bancos do país. O índice Nikkei subiu 2,25%.


Com agências internacionais


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