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COMÉRCIO EXTERIOR
Balança registra superávit recorde de US$ 24,9 bi no ano; importações também são as maiores da história
Saldo comercial já supera o de 2003 inteiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ainda faltam mais de três meses
para o ano terminar, mas o saldo
comercial de 2004 já é maior do
que o registrado ao longo de 2003.
Com o resultado da semana passada, as exportações superaram
as importações em US$ 24,888 bilhões. No final do ano passado, o
saldo foi de US$ 24,824 bilhões,
um recorde histórico.
Em relação ao mesmo período
de 2003 (janeiro à quarta semana
de setembro), houve um aumento
de 41,87% no superávit. No ano
passado, em idêntico período, o
saldo comercial estava em US$
17,543 bilhões. A meta do Ministério do Desenvolvimento é chegar em dezembro com um superávit de US$ 32 bilhões.
O desempenho acima do esperado das exportações garante o
saldo comercial recorde, mesmo
num ano em que as importações
já são as maiores da história.
Além de o Brasil ter sido favorecido pelo aumento nos preços de algumas de suas commodities, como soja e aço, as exportações de
alguns setores, como o automobilístico, superaram as expectativas
do governo.
Ao contrário do que previa o
próprio Ministério do Desenvolvimento, as exportações crescem
mais rapidamente do que as importações. Desde janeiro, o país
vendeu para o exterior US$ 68,807
bilhões, um crescimento de 32%
em relação a igual período do ano
passado, quando as exportações
somaram US$ 52,124 bilhões. O
total exportado em 2003 foi de
US$ 73,084 bilhões. A meta para
este ano é chegar a US$ 94 bilhões.
Importações recordes
Mas não são apenas as exportações que batem recordes. Com a
retomada do crescimento econômico, as importações também superaram os recordes anteriores. O
país depende da compra de insumos e de máquinas e equipamentos importados para aumentar a
sua própria produção.
Do início do ano até a semana
passada, o país importou US$
43,919 bilhões, 27% a mais que em
igual período de 2003. É o maior
valor já registrado para os primeiros nove meses de um ano, apesar
de setembro ainda não ter fechado. O recorde anterior era de 1997
-US$ 43,534 bilhões. O Ministério do Desenvolvimento estima
que o país vá importar neste ano
US$ 62 bilhões.
Em setembro o comportamento da balança não mudou, apesar
das importações terem se acelerado. Neste mês, o país já vendeu
US$ 7,452 bilhões ou US$ 438,4
milhões por dia útil. A média diária de vendas é 32,5% maior do
que a registrada em setembro do
ano passado.
A média diária de compras, por
sua vez, teve um crescimento de
26,5%. Estão em US$ 265,5 milhões. É o maior volume diário de
compras do ano. No total, o país
já comprou neste mês US$ 4,513
bilhões. O saldo está em US$ 2,939
bilhões.
Recorde total
Ao que tudo indica, o país vai fechar o ano com a quebra de três
recordes -o das exportações, o
das importações e o do saldo comercial.
A meta de o país chegar a exportar US$ 100 bilhões em um ano,
que foi lançada ainda durante o
governo de Fernando Henrique
Cardoso (1995-2002) e retomada
pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, não ficará tão longe de
ser alcançada.
No próximo ano, no entanto,
existe pelo menos um fator negativo para a balança comercial
-os preços de algumas commodities agrícolas, principalmente
da soja, não estarão no mesmo
patamar deste ano.
(ANDRÉ SOLIANI)
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