|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Inflação recua e
Fipe revê taxa do
mês para baixo
DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A taxa de inflação surpreendeu
nesta semana na cidade de São
Paulo, recuando mais do que o
previsto. A forte queda fez a Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas) reavaliar a inflação
deste mês para 0,35%. A estimativa anterior era de 0,40%. Nos últimos 30 dias, os preços subiram
0,32% para os paulistanos, taxa
bem inferior ao 1,03% de há um
mês. A taxa divulgada ontem foi a
menor das últimas 19 semanas.
Paulo Picchetti, coordenador
do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, diz que três itens foram responsáveis por essa desaceleração: tarifas públicas, alimentos "in natura" e remédios.
A desaceleração da pressão das
tarifas públicas já era prevista e
seguiu um ritmo normal, segundo Picchetti. A novidade ficou por
conta dos alimentos "in natura",
que recuaram além do previsto. O
coordenador do IPC diz que, com
a queda de oferta desses produtos
no início do segundo semestre, os
preços subiram muito. Os bons
preços atraíram novos produtores, o que permitiu o aumento da
oferta e a redução dos preços.
Outro item que surpreendeu foi
o de remédios. O setor exagerou
na dose de aumento no final do
primeiro semestre e agora foi
obrigado a fazer promoções em
praticamente todos os tipos de
medicamentos. "Isso prova que a
reposição de renda não está tão
forte assim, já que os remédios
são produtos de primeira necessidade para os consumidores", diz.
Entre as pressões na semana, as
maiores ficaram para os produtos
industrializados, diz Picchetti. Esse setor, devido à maior oferta de
crédito, teve aumento de 0,39%,
acima da taxa média da inflação.
Esses produtos vão determinar o
comportamento da inflação até o
final do ano, diz o economista da
Fipe, já que as pressões dos preços
administrados será pequena.
A pressão dos administrados virá da recomposição das tarifas de
telefones de 2003, quando deveria
ter sido aplicado o IGP na correção, mas foi utilizado o IPCA,
com taxa menor.
Previsão do mercado
A taxa básica de juros (Selic) deve fechar o ano em um nível mais
alto dos que as previsões anteriores do mercado, segundo pesquisa feita pelo Banco Central com
analistas do mercado. Pela pesquisa, a taxa, hoje em 16,25% ao
ano, fechará 2004 em 17%. A previsão da semana passada era
16,75%. A projeção para taxa média também subiu, de 16,20% para 16,25% ao longo do ano.
O mercado estima ainda que o
crescimento da economia será de
4,47% em 2004. O percentual de
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) é maior do que a estimativa feita semana passada,
quando o mercado previa crescimento de 4,36% em 2004.
Apesar de a expectativa de crescimento da economia ter aumentado, a projeção para inflação em
2004, medida pelo IPCA (índice
oficial do governo, usado para
aferir o cumprimento das metas
de inflação), diminuiu. Agora, o
financeiro espera que o IPCA feche o ano em 7,34%. Na avaliação
da semana passada, esse percentual era de 7,37%. A meta de inflação deste ano é de 5,5%, com variação de 2,5 pontos percentuais.
Texto Anterior: Receita ortodoxa: Aperto fiscal não influencia o BC, diz Meirelles Próximo Texto: Bate e assopra: Para empresários, incentivo fiscal não basta Índice
|