São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2006

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Criação de emprego formal perde fôlego em 2005, indica Ministério do Trabalho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O número de empregos formais subiu 5,83% em 2005 em relação a 2004. Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho, com base na Rais (Relação Anual de Informações Sociais), indicam que foi criado 1,831 milhão de empregos em 2005.
Embora tenha sido o segundo melhor resultado da pesquisa, feita desde 1985, o desempenho ficou abaixo do de 2004, quando foi criado 1,862 milhão de vagas. A mesma pesquisa indica também aumento real (descontada a inflação pelo INPC) de 2,14% no salário médio dos trabalhadores.
"O presidente Lula não fez projeção de campanha para a próxima gestão, mas, certamente, teremos condições de dar continuidade ao processo de crescimento do número de empregos formais, para mais do que estamos fazendo até agora", disse o ministro Luiz Marinho (Trabalho).
O crescimento foi puxado pelos setores de comércio, com 417.926 vagas (alta de 7,48%) e serviços, que criou 609.546 vagas (6,16%). A pesquisa apontou ainda o setor de construção civil como uma das áreas mais importantes para a geração de emprego, com alta de 11,34% (126 mil novos empregos). Para o ministério, a tendência de redução do emprego formal nesse setor foi revertida.
De acordo com a pesquisa, existiam 33.238.617 empregos formais ano passado. Esse número era de 31.407.576 em 2004. A pesquisa considera empregos formais tanto os de carteira assinada, regidos pelo sistema da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), como os servidores públicos chamados "estatutários", sem carteira assinada, mas com estabilidade.
O setor agropecuário foi o que gerou menos empregos formais em 2005: aumento de 0,36%, com a criação de 4.700 postos de trabalho. Para o ministério, a demanda por trabalho nesse setor foi "sensível ao ambiente" no qual as taxas de juros continuam altas e os preços dos produtos agrícolas "perderam dinamismo".
As 444.135 vagas criadas no serviço público, principalmente nas prefeituras, representaram cerca de 24% do total de empregos formais gerados em 2005. A expansão do emprego formal no setor público foi de 6,26%. Na avaliação de Marinho, a alta participação desse setor na criação de empregos reflete o estado de "destruição" pelo qual o Estado passou. "Estamos em um processo de reconstrução", disse.


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