São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Bolsa tem recorde de pregões em alta

O ano de 2007 foi, até agora, o que obteve o maior número de dias positivos na Bolsa nesta década. Foram, até o dia 26, 106 dias de pregão em alta e 76 em baixa. Até então, o melhor ano tinha sido o de 2003, quando a Bolsa contabilizou, também até a mesma data, 104 pregões no azul e 78 no vermelho.
Apesar desse desempenho favorável neste ano, a rentabilidade da Bolsa em 2007 ainda é inferior à de 2003. Neste ano, a rentabilidade estava em 34,3% até anteontem, enquanto em 2003 era de 40,3% no mesmo período de comparação. A diferença é que 2003 foi o ano da recuperação da Bolsa depois de três anos consecutivos de baixas acentuadas.
"O que esses dados mostram é que o ano de 2007 foi o que o investidor em Bolsa teve mais dias de alegria", diz Einar Rivero, da Economática, responsável por essas contas.
A grande pergunta é se esse crescimento da Bolsa neste ano se caracteriza ou não como uma bolha como a que aconteceu, por exemplo, na crise das pontocom no final da década passada. Naquele período, todas as Bolsas viveram momentos de euforia exagerada até a bolha estourar e o mundo entrar em crise.
Para Einar Rivero, ainda é muito cedo para dizer se a euforia atual irá se transformar ou não numa bolha. O risco sempre existe, mas ele acha pouco provável.
Entre outras razões, os investidores agora procuram ações de empresas mais líquidas, como Petrobras e Vale do Rio Doce. Essas duas companhias respondem por dois terços da alta da Bolsa neste ano.
Além disso, há um crescimento expressivo de investidores pessoas físicas, o que pode compensar, em parte, uma saída brusca do capital estrangeiro. Nas crises recentes, um dos principais responsáveis pelo efeito manada foi o investidor de fora. Hoje, o perfil do investidor está mais equilibrado.

Fraude aumenta em empresas

Quatro em cada cinco empresas foram vítimas de fraude empresarial nos últimos três anos, segundo pesquisa da Kroll, empresa de consultoria em gerenciamento de riscos.
Em alguns setores, mais de um quinto das empresas foram afetadas -uma perda de mais US$ 1 milhão. O relatório tem como base pesquisa do Economist Intelligence Unit com 900 altos executivos no mundo.
Furto, perda ou ataque a informações são as preocupações. Cerca de 20% dos executivos acreditam que estão vulneráveis e mais de 30% acreditam que a complexidade em TI aumentou a exposição ao risco.
O furto de ativos físicos ou estoque é mencionado por 34%. Um quinto das empresas sofreu furto de informação, conflito de interesse, ingerência financeira, fraude financeira interna e em suprimento, corrupção e propina.
O custo médio de fraude em grandes empresas superou US$ 20 milhões. Em setores como saúde, produtos farmacêuticos, biotecnologia, construção, engenharia, infra-estrutura e serviços financeiros, mais de um quinto das empresas relataram perdas maiores do que US$ 1 milhão.

A BELA DO FÓRUM
Nem Bill Clinton, nem Néstor Kirchner, nem Carlos Slim Helú, da Telmex. Os participantes do Clinton Global Initiative, fórum de líderes que pretende transformar em ação os desafios da sustentabilidade, queriam mesmo era ver Angelina Jolie. A atriz anunciou que conseguiu arrecadar US$ 148 milhões para apoiar 18 acordos, em 15 países, para educar crianças em áreas afetadas por conflitos. Entre os apoiadores, a Nike, a Microsoft e a WPP.

BAIXO ASTRAL
O Inec (Índice Nacional de Expectativa do Consumidor), da pesquisa CNI-Ibope, detectou maior pessimismo sobre a inflação. O índice que diz respeito à deterioração das expectativas recuou 7,7% na comparação com o indicador de junho. Em relação a setembro de 2006, a queda é ainda maior, de 16,8%. Para a CNI, a percepção dos consumidores foi influenciada pelos aumentos de preço a partir de junho no setor de alimentos e bebidas. Mais da metade dos entrevistados (55%) acredita em uma aceleração da inflação, o maior percentual desde março de 2005.

ALTO ASTRAL
Apesar do pessimismo, o Inec aponta um quadro favorável nos próximos meses, com a manutenção da alta na demanda do consumo das famílias. A pesquisa da CNI foi feita com 2.002 eleitores de 142 municípios, entre os dias 13 e 18, e será divulgada hoje.

BOLETIM
O Itaú recebeu, neste ano, a nota máxima em desenvolvimento do capital humano do DJSI (Dow Jones Sustainability World Index).

DE ÔNIBUS
O CEO da Marcopolo, José Rubens de la Rosa, anunciou que a nova fábrica da empresa, em construção na Índia, na região de Dharwad, será a maior do mundo no setor e deverá atingir a produção anual de 20 mil ônibus nos próximos cinco anos. Com isso, a empresa, que neste ano prevê fabricar 17 mil unidades, dobrará o volume de produção e alcançará 40 mil ônibus até 2012.

DE CARONA
A Mercedes-Benz promove, hoje e amanhã, em São Paulo, um campeonato de golfe para comemorar a chegada do novo Classe C no mercado brasileiro.

CONSTRUÇÃO
A MRV Engenharia espera alcançar a casa das 40 mil unidades lançadas por ano, 30 mil a mais que o previsto para 2007. A companhia fechou parceria com a Celta Engenharia, para apartamentos e casas com custo entre R$ 45 mil e R$ 200 mil, para famílias de classes B, C e D, com renda mensal de R$ 1.200 a R$ 7.000. A previsão inicial é um VGV de R$ 50 milhões ao ano, podendo crescer para R$ 200 milhões nos anos seguintes.

Bruno Fernandes/Folha Imagem
CINEMA NO PRATO Rodrigo Drysdale e Adriana Seibert, do marketing da Warner, que mirou em empresas de alimentos (Nestlé e McDonald's) para atingir o público consumidor; operadoras de cartão de crédito, bancos e restaurantes deverão ser explorados pelo grupo de entretenimento

com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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