|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EXUBERÂNCIA NACIONAL
Ministério prevê maior produção de grãos no período 2004/05, mas custo deve subir e preço diminuir
Nova safra deve ser recorde; lucro tende a cair
LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de ser esperado para a
próximo safra um recorde na produção de grãos, o governo avalia
que o "ciclo positivo" do setor está chegando ao fim. Segundo pesquisa de intenção de plantio do
produtor, o país deve produzir até
131 milhões de toneladas de grãos
na safra 2004/2005. Mas os custos
altos e os preços em baixa devem
reduzir a lucratividade do setor.
"Os ciclos da agricultura, na história, duravam cerca de 25 anos,
mas, hoje, a volatilidade desse
mercado é muito alto. Os ciclos
são mais curtos. A tendência é termos um, dois ou três anos de um
ciclo de baixa para os grãos", afirmou o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura), após divulgar
as projeções do governo.
Os maiores destaque da próxima safra serão a soja, que contará
com 20% de grãos transgênicos, e
do algodão. Os dois devem atingir
recordes de produção, com até
60,8 milhões de toneladas para o
primeiro, e 2,2 milhões de toneladas para o segundo.
Os preços vêm caindo no cenário internacional. Neste ano, a saca de soja (60 kg), por exemplo,
passou de R$ 50 para um preço
entre R$ 30 e R$ 35. Já o preço da
saca de milho saiu de R$ 25 para
ficar entre R$ 16 e R$ 20.
A queda dos preços se traduziu
nos investimentos que os produtores fazem para a próxima safra.
Primeiramente, o governo esperava que se tivesse um aumento
da área plantada de 3 milhões de
hectares. A pesquisa aponta que
poderá chegar no máximo a 1,1
milhão de hectares ou 2,2% a mais
do que a última safra -total de
48,6 milhões de hectares.
O aumento do plantio, porém,
não foi acompanhado pelas compras de fertilizantes. Esse mercado vendeu de janeiro a agosto 12,8
milhões de toneladas, uma baixa
de 0,8% em relação ao mesmo período de 2003 -uma tonelada a
menos do que o esperado.
"O menor uso de fertilizantes
significa que os agricultores estão
plantando com baixa tecnologia",
disse Rodrigues. Segundo ele, isso
deixa os agricultores mais vulneráveis ao clima, que segundo a
Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento) ainda não está
ajudando o agricultor. As reservas
de água na região Sul não chegaram ao seu nível normal desta
época do ano. A irregularidade e a
falta de chuvas também atrasa o
plantio no restante do país.
Os insumos também estão em
alta, disse ele, pois, houve aumento da demanda nos últimos anos e
o reflexo, a alta do preços, ainda
será sentida na próxima safra.
A compra de máquinas deve ficar 15% abaixo do comercializado
em 2003, num total de 32 mil
equipamentos vendidos no ano.
Texto Anterior: Trabalho 2: Centrais sindicais reagem e suspendem atuação em fórum que discute a reforma sindical Próximo Texto: Estrutura: Ajuda a ferrovia fica maior que o previsto Índice
|