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BARRIL DE PÓLVORA
Elevação de 4 milhões de barris nas reservas americanas faz preço do produto recuar 4,9% em NY
Estoque dos EUA sobe, e petróleo cai forte
DA REDAÇÃO
O crescimento dos estoques
norte-americanos de petróleo
contribuiu para a queda de de
quase 5% nas cotações do produto ontem em Nova York. O aumento diminui as tensões do
mercado de uma eventual falta de
óleo para calefação, com a proximidade do inverno no país.
No início do dia, o presidente da
Opep (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo), Purnomo Yusgiantoro, sugeriu que
os EUA utilizem suas reservas estratégicas para controlar os preços do petróleo.
Os contratos para entrega em
dezembro negociados em Nova
York encerraram o dia ontem cotados a US$ 52,46, uma queda de
4,9%. Em Londres, os preços também caíram. O barril do tipo
Brent fechou cotado a US$ 49,45,
com queda de 4,14%.
O dia começou com uma pequena elevação nos preços, com a
divulgação da queda nos estoques
de petróleo destilado, mas o mercado se acalmou com a notícia de
que os estoques de petróleo bruto
haviam subido.
As reservas totais do produto
subiram 4 milhões de barris, chegando a 283,4 milhões. Os estoques de combustível destilado,
que incluem óleo para calefação e
diesel, caíram 2,4 milhões de barris, para 116,6 milhões de barris,
125 abaixo do mesmo período do
ano passado.
Novas quedas
Analistas dizem acreditar em
um recuo ainda maior dos preços
ante a perspectiva de os estoques
americanos continuarem a subir.
"O mercado parece estar preparado para uma queda forte e rápida", disse Ed Silliere, vice-presidente da Energy Merchant LLC de
Nova York.
Outra razão para a queda, segundo analistas, seria uma antecipação pelo mercado das conseqüências do término da temporada de manutenção nas refinarias
nos EUA. Isso permitiria às refinarias um aumento na produção
de óleo para calefação.
O produto é o principal combustível para os sistemas de aquecimento nas residências.
"Muitos acreditam que esta semana será a última com números
negativos nos estoques de óleo de
calefação. Nós deveremos ter uma
recuperação pelas próximas cinco
ou dez semanas", disse Andrew
Lebow, vice-presidente da corretora Man Financial.
Já o corretor do BNP Paribas
Tom Bentz diz que não é possível
definir se a queda irá se prolongar
ou se foi apenas um caso de correção técnica.
"Do ponto de vista técnico, podemos até esperar uma valorização mais adiante", disse, mas ressaltou que não houve mudança
nos fundamentos.
Opep
O presidente da Opep, Purnomo Yusgiantoro, disse ontem ter
pedido aos EUA para usarem suas
reservas a fim de derrubar o preço
do petróleo. "Nós perguntamos a
eles [EUA] para usar suas reservas", afirmou.
Yusgiatoro não revelou a resposta dos EUA. O país tem aproximadamente 300 milhões de barris de petróleo em reservas de
emergência. No início do mês os
EUA usaram 4,2 milhões de barris
para compensar os efeitos negativos da passagem do Furacão Ivan
pelo Golfo do México.
O presidente do cartel disse ainda que pediu aos países-membros
para elevar suas produções para
indicar que não estão no limite da
capacidade.
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