São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2004

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BARRIL DE PÓLVORA

Elevação de 4 milhões de barris nas reservas americanas faz preço do produto recuar 4,9% em NY

Estoque dos EUA sobe, e petróleo cai forte

DA REDAÇÃO

O crescimento dos estoques norte-americanos de petróleo contribuiu para a queda de de quase 5% nas cotações do produto ontem em Nova York. O aumento diminui as tensões do mercado de uma eventual falta de óleo para calefação, com a proximidade do inverno no país.
No início do dia, o presidente da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Purnomo Yusgiantoro, sugeriu que os EUA utilizem suas reservas estratégicas para controlar os preços do petróleo.
Os contratos para entrega em dezembro negociados em Nova York encerraram o dia ontem cotados a US$ 52,46, uma queda de 4,9%. Em Londres, os preços também caíram. O barril do tipo Brent fechou cotado a US$ 49,45, com queda de 4,14%.
O dia começou com uma pequena elevação nos preços, com a divulgação da queda nos estoques de petróleo destilado, mas o mercado se acalmou com a notícia de que os estoques de petróleo bruto haviam subido.
As reservas totais do produto subiram 4 milhões de barris, chegando a 283,4 milhões. Os estoques de combustível destilado, que incluem óleo para calefação e diesel, caíram 2,4 milhões de barris, para 116,6 milhões de barris, 125 abaixo do mesmo período do ano passado.

Novas quedas
Analistas dizem acreditar em um recuo ainda maior dos preços ante a perspectiva de os estoques americanos continuarem a subir. "O mercado parece estar preparado para uma queda forte e rápida", disse Ed Silliere, vice-presidente da Energy Merchant LLC de Nova York.
Outra razão para a queda, segundo analistas, seria uma antecipação pelo mercado das conseqüências do término da temporada de manutenção nas refinarias nos EUA. Isso permitiria às refinarias um aumento na produção de óleo para calefação.
O produto é o principal combustível para os sistemas de aquecimento nas residências.
"Muitos acreditam que esta semana será a última com números negativos nos estoques de óleo de calefação. Nós deveremos ter uma recuperação pelas próximas cinco ou dez semanas", disse Andrew Lebow, vice-presidente da corretora Man Financial.
Já o corretor do BNP Paribas Tom Bentz diz que não é possível definir se a queda irá se prolongar ou se foi apenas um caso de correção técnica.
"Do ponto de vista técnico, podemos até esperar uma valorização mais adiante", disse, mas ressaltou que não houve mudança nos fundamentos.

Opep
O presidente da Opep, Purnomo Yusgiantoro, disse ontem ter pedido aos EUA para usarem suas reservas a fim de derrubar o preço do petróleo. "Nós perguntamos a eles [EUA] para usar suas reservas", afirmou.
Yusgiatoro não revelou a resposta dos EUA. O país tem aproximadamente 300 milhões de barris de petróleo em reservas de emergência. No início do mês os EUA usaram 4,2 milhões de barris para compensar os efeitos negativos da passagem do Furacão Ivan pelo Golfo do México.
O presidente do cartel disse ainda que pediu aos países-membros para elevar suas produções para indicar que não estão no limite da capacidade.


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