|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em SP, gasolina faz
inflação voltar a subir
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
Os analistas de inflação escorregaram nas frutas nesta semana. O
comportamento dos preços desses produtos surpreendeu o mercado e fez com que todas as estimativas de inflação ficassem abaixo da taxa verificada.
Além das frutas, os reajustes da
gasolina também estão mais salgados e dificultaram as previsões
do mercado, que esperava inflação de 0,47% a 0,51% para a cidade de São Paulo. A taxa, no entanto, foi de 0,53%.
Essa taxa se refere à evolução
dos preços médios de 525 itens
pesquisados pela Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas) nos últimos 30 dias até 23
deste mês em relação ao mesmo
período anterior. Em setembro,
os preços tinham subido 0,21%,
segundo o IPC (Índice de Preços
ao Consumidor) da Fipe.
A taxa de inflação surpreendeu
também a Fipe, que agora já prevê
0,60% para este mês (0,40% no
início do mês). "Como se diz no
mercado, tomamos um olé do
IPC", diz Paulo Picchetti, coordenador do índice da Fipe.
As análises de inflação contavam com a pressão remanescente
dos preços administrados, o que
realmente ocorreu. Esses itens foram responsáveis por um terço da
taxa. O que não se esperava, no
entanto, era a recuperação tão
forte dos preços no setor de alimentação. Com deflação de
0,57% no mês passado, os alimentos inverteram essa tendência de
baixa e acumularam alta de 0,21%
nos últimos 30 dias.
Está difícil determinar uma tendência dos preços nesse setor,
avalia Picchetti. Das dez principais quedas registradas pelo índice na terceira quadrissemana de
outubro (últimos 30 dias), nove
foram no setor de alimentação.
Essas quedas, no entanto, foram
anuladas pela alta das frutas, do
feijão, do frango e de outros alimentos. O aumento nos preços
dos alimentos -o setor com
maior número de componentes
do índice- fez com que 68% dos
525 itens pesquisados pela Fipe
registrassem alta. Uma taxa maior
do que essa só havia ocorrido em
abril de 2003.
Outra pressão certa no IPC da
Fipe era a dos combustíveis. A gasolina teve aumento de 2,83% na
terceira semana deste mês em relação ao mesmo período de setembro, uma taxa superior à esperada. O álcool, que já vinha com
reajuste nas semanas anteriores,
teve alta de 13%. Para Picchetti, alguns postos estão aproveitando
para recuperar margens.
Apesar da elevação da taxa neste mês, a Fipe não reviu as previsões de inflação para este ano, que
continuam entre 6% e 6,5%. Para
Picchetti, a inflação média mensal
de setembro a dezembro deve se
manter em 0,40%, o que justificaria a previsão anual.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: EUA crescem apesar de alta da energia, diz Fed Índice
|