São Paulo, quarta-feira, 28 de outubro de 2009

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Bolsa de SP recua 2,96%, pior resultado em 4 meses

Medida do governo da Índia afeta pregões de emergentes

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O dia não foi dos melhores para os emergentes. Enquanto as Bolsas registraram apreciação em Nova York e Londres, os mercados acionários dos emergentes fecharam no vermelho. A Bovespa perdeu 2,96%, a maior baixa em quatro meses.
Foi da Índia que veio o mal-estar que prejudicou os outros emergentes. O governo do país decidiu começar a desativar medidas que tomou durante a crise para melhorar a liquidez, o que não agradou aos mercados. A Bolsa local caiu 2,31%.
No México, o recuo ficou em 3,19%; a Bolsa da China marcou depreciação de 2,84%; e, na Rússia, houve queda de 1,84%.
Se dependesse só dos dados econômicos americanos, que costumam ser a referência para as decisões de investimento no mercado local, os pregões deveriam ter sido melhores. Nos EUA, foram apresentados números positivos, como o aumento do preço dos imóveis residenciais em agosto. O Dow Jones subiu 0,14%. A Bolsa de Londres ganhou 0,18%.
Com o resultado de ontem, o índice Ibovespa, que reúne as 63 ações brasileiras mais negociadas, desceu aos 63.161 pontos. Nesse patamar, a alta no mês registrada pelo Ibovespa caiu para 2,67%. No pico de outubro, que foram os 67.239 pontos marcados no dia 19, a Bolsa alcançou alta de 9,30%.
Apesar de os ganhos acumulados em 2009 ainda serem elevados, de 68,2%, estão se distanciando da máxima do ano -que chegou a ser de 79,06% de apreciação acumulada.
Ao menos o câmbio escapou do cenário externo mais arisco. O dólar encerrou ontem estável, cotado a R$ 1,739. No mês, a moeda tem baixa de 1,86%.

Ações para baixo
A queda abateu os principais papéis negociados no mercado acionário doméstico.
No topo da lista de perdas do Ibovespa, ficou o setor imobiliário. Destaque de ganhos na Bolsa em 2009, o setor liderou as baixas: a ação ON da Rossi Residencial caiu 7,23%; Gafisa ON perdeu 7,07%; e Cyrela Realt ON teve baixa de 6,93%.
As ações da BM&FBovespa estiveram entre os destaques negativos, com depreciação de 4,56%. No mês, os papéis da BM&FBovespa acumulam perdas de 11,94%.
Os papéis da Petrobras, mesmo com o petróleo em alta em Nova York, terminaram o pregão em baixa de 4,48% (preferenciais) e 4,35% (ordinários).
Quem também terminou com queda substancial foram as ações da Vale: seus papéis PNA recuaram 2,04%, e os ON perderam 2,51%.
Essas ações, muito negociadas por investidores estrangeiros, foram punidas ontem muito mais pelo cenário internacional pouco favorável do que pela decisão do governo de taxar o capital externo destinado ao mercado doméstico.
Entre terça e quinta passadas, os investidores estrangeiros tiraram R$ 1,95 bilhão das ações brasileiras.


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