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Megassuperávit é mal necessário, afirma instituto
DA SUCURSAL DO RIO
O crescimento do saldo da
balança comercial nos últimos
meses -no ano, já ultrapassou
US$ 11 bilhões-, comemorado pelo governo como um dado positivo, é visto pelo Ipea
como um mal necessário.
"Não é bom para o bem-estar
da sociedade gerar superávits
comerciais", disse Eustáquio
Reis, diretor de Estudos Macroeconômicos do órgão.
Segundo ele, gerar grandes
superávits significa que o país
está produzindo bens que estão
sendo consumidos no exterior,
o que reduz a oferta no mercado interno e, por extensão, gera
pressões inflacionárias.
Para os economistas do Ipea,
os megassuperávits só se justificam em situações como a do
atual momento vivido pelo
Brasil. Nesses momentos, a retração dos financiamentos externos obrigam o país a gerar
recursos para assegurar o cumprimento das suas obrigações
externas.
O Ipea estima que o superávit
comercial deste ano (exportações menos importações) será
de US$ 12,6 bilhões e que em
2003 ele chegará a US$ 15 bilhões. Em 2001 o saldo foi de
US$ 2,6 bilhões.
De acordo com Reis, os megassaldos só deixam de ser nocivos e se transformam em instrumentos de desenvolvimento
quando o país tem uma elevada
taxa de poupança interna.
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