São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002

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Megassuperávit é mal necessário, afirma instituto

DA SUCURSAL DO RIO

O crescimento do saldo da balança comercial nos últimos meses -no ano, já ultrapassou US$ 11 bilhões-, comemorado pelo governo como um dado positivo, é visto pelo Ipea como um mal necessário.
"Não é bom para o bem-estar da sociedade gerar superávits comerciais", disse Eustáquio Reis, diretor de Estudos Macroeconômicos do órgão.
Segundo ele, gerar grandes superávits significa que o país está produzindo bens que estão sendo consumidos no exterior, o que reduz a oferta no mercado interno e, por extensão, gera pressões inflacionárias.
Para os economistas do Ipea, os megassuperávits só se justificam em situações como a do atual momento vivido pelo Brasil. Nesses momentos, a retração dos financiamentos externos obrigam o país a gerar recursos para assegurar o cumprimento das suas obrigações externas.
O Ipea estima que o superávit comercial deste ano (exportações menos importações) será de US$ 12,6 bilhões e que em 2003 ele chegará a US$ 15 bilhões. Em 2001 o saldo foi de US$ 2,6 bilhões.
De acordo com Reis, os megassaldos só deixam de ser nocivos e se transformam em instrumentos de desenvolvimento quando o país tem uma elevada taxa de poupança interna.


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