São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002

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AVIAÇÃO

Manoel Guedes assume o cargo e anuncia a intenção de retomar as negociações com investidores, credores e BNDES

Varig troca o presidente, mas não o plano

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor de controladoria e relações com investidores da Varig, Manoel Guedes, assumiu ontem, interinamente, a presidência da companhia. Ele anunciou a intenção de retomar as negociações com investidores, credores e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para capitalizar a empresa.
Guedes disse que a empresa não tem um novo plano. Afirmou que aguarda para o próximo dia 30 resposta do BNDES sobre o projeto apresentado em março deste ano. Só então decidirá se aceita ou não a proposta do banco.
"Vamos aguardar as exigências do BNDES para, a partir daí, tomar uma decisão", afirmou.
De acordo com ele, o acordo com os credores, que previa o perdão temporário de parte da dívida -US$ 117 milhões-, não foi aceito pela FRB (Fundação Ruben Berta) porque não contemplava uma solução definitiva para o endividamento.
O que a empresa quer, diz, é renegociar prazos e condições de pagamento e não permitir o aumento da dívida. Para isso, já está pagando em dia a BR e a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária).
Segundo ele, o atual nível de endividamento -US$ 764 milhões- não é elevado se comparado ao faturamento da Varig (somado ao da Rio Sul e Nordeste), de US$ 3 bilhões por ano. O problema, diz, é o prazo.
Para Guedes, o BNDES aceitará participar da capitalização, pois a empresa está fazendo tudo o que o banco recomendou. Citou como exemplo a integração operacional da Varig com a Nordeste e a Rio Sul e o fato de a fundação já ter aprovado a possibilidade de perder o controle acionário.
das companhias.
Além de negociar com o BNDES e os credores, a Varig quer retomar conversas com investidores interessados em capitalizar a empresa, que foram interrompidas na gestão de seu antecessor, Arnim Lore, que pediu demissão nesta semana.
Guedes disse que o aporte de recursos do BNDES dependerá da viabilidade da empresa, o que, segundo ele, foi comprovado pelos relatórios da KPMG e Bain & Co., que são analisados pelo banco.
A Varig espera captar de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões em dinheiro para ficar numa situação financeira confortável.
Após a integração com a Nordeste e a Rio Sul, a situação da Varig melhorou, disse Guedes: cresceu a taxa de ocupação das aeronaves e a empresa vai registrar resultado operacional positivo no terceiro trimestre deste ano -o que não vinha ocorrendo nos últimos trimestres.


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