São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002 |
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Mão-de-obra cara As mudanças na legislação trabalhista pretendidas pelo governo Lula -redução da jornada de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial- poderão representar aumento de 10% no custo da mão-de-obra no setor agropecuário. A avaliação é de Carlos Arthur Ortenblad, da fazenda Água Milagrosa, de Tabapuã (SP). Efeito inverso Ele avalia que o resultado poderá ser o inverso do pretendido, pois a agropecuária tem picos sazonais, no plantio e na colheita. Assim, se nos picos o trabalhador não puder fazer hora extra, a contratação de mão-de-obra nova poderá inviabilizar algumas atividades. Horas "perdidas", mas pagas Ortenblad dá um exemplo para comparar o trabalho urbano ao rural. No primeiro, a chuva não impede o trabalho; no segundo, sim. As horas "perdidas" na agropecuária são pagas, onerando ainda mais o produtor. Para ele, não se pode ser contra a alteração de uma legislação que tem mais de 60 anos. Mas deve-se ter a cautela de analisar as peculiaridades de cada atividade. Exemplo francês Ele lembra que quando o ex-primeiro-ministro Lionel Jospin conseguiu aprovar a redução da jornada de 39 para 35 horas semanais na França, houve um pequeno aumento (menos de 2%) na taxa de emprego, mas o país tornou-se a economia menos competitiva da União Européia. Nova queda A arroba do boi se mantém em queda. Alguns frigoríficos chegam a oferecer R$ 56 aos produtores. Seca no Centro-Oeste A região Centro-Oeste nunca viveu uma estiagem tão acentuada nos meses de novembro como neste ano, segundo Fernando Muraro, da Agência Rural, de Curitiba. Devido a essa estiagem, de 15% a 20% das plantações de soja estão em condições ruins. Dúvidas na safrinha Muraro diz que o clima da região está atrasando o plantio de soja nos Estados de Goiás e de Mato Grosso. Esse atraso tem dois efeitos complicados: diminui a produtividade da soja e pode inviabilizar o plantio do milho safrinha. As estimativas são de plantio de pelo menos 1 milhão de hectares de milho safrinha na região. Dados agrícolas O rebanho brasileiro atingiu 176 milhões de cabeças de gado no ano passado. É o que o IBGE deverá divulgar hoje em uma pesquisa sobre a pecuária. Outra pesquisa sobre a produção agrícola municipal vai mostrar que a soja está confirmando a liderança no valor total da produção no país. Trigo no Paraná Segundo o Deral, 99% da safra de trigo paranaense já foi colhida. A safra deverá atingir apenas 1,46 milhão de toneladas, com quebra de 53% em relação à estimativa inicial. O rendimento médio foi de 1.450 quilos por hectare. Plantio de arroz O levantamento mais recente do Irga (Instituto Rio-Grandense do Arroz) diz que 50% da safra 2002/ 3 de arroz já foi semeada. O excesso de chuva retardou o plantio. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Em dia de bom humor, Bolsa sobe e dólar cai Próximo Texto: Avição: Varig troca o presidente, mas não o plano Índice |
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