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Wal-Mart e Amazon declaram guerra
Gigante do varejo e rede virtual disputam preços em batalha que sinalizará melhor modelo de negócio
Compras on-line respondem hoje por apenas 4% do total
de vendas nos EUA, mas
índice cresce rapidamente e preocupa lojas tradicionais
Ken James - 12.dez.2004/Bloomberg News
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Funcionário transporta produtos em armazém da Amazon.com, cujas vendas subiram 24% no 3º trimestre
DO "NEW YORK TIMES"
O Wal-Mart, o mais poderoso
gigante da história do varejo,
pode enfim ter encontrado um
adversário à sua altura: a Amazon.com.
No que vem emergindo como
uma das principais histórias na
temporada natalina pós-recessão de 2009, os dois pesos pesados do varejo estão travando
uma guerra de preços on-line
que está se espalhando a todas
as áreas de produtos, tais como
livros, filmes, brinquedos e
bens eletrônicos.
A disputa começou no mês
passado como uma troca relativamente trivial de alegações
sobre qual das duas empresas
oferecia os menores preços para os lançamentos de livros e
DVDs mais aguardados da temporada. Mas na semana passada a disputa havia se expandido
a consoles de videogames, celulares e até mesmo ao modesto
Easy-Bake Oven, um brinquedo criado há 45 anos pela Hasbro e que serve em geral para
aquecer bolinhos, e não tensões
entre empresas bilionárias.
Na quarta, a Wal-Mart reduziu o preço do forno de US$ 28
para US$ 17, como parte de suas
ofertas especiais para a "Sexta-Feira Negra", o dia de alto movimento no comércio que se segue ao feriado de Ação de Graças. No mesmo dia, a Amazon.com também anunciou um
corte de preços, dos mesmos
US$ 28 para US$ 18.
"Não se trata mais de uma
questão de preços de livros e filmes. Existe uma batalha maior
em curso", disse Fiona Dias, vice-presidente-executiva da
GSI Commerce, que administra sites para grandes redes de
varejo. "O ataque iniciado pela
Wal-Mart quanto aos preços é
parte de um plano estratégico
muito mais amplo. Eles não
pretendem entregar seu negócio à Amazon.com."
O varejo está lutando dólar a
dólar pelo dinheiro que os consumidores gastarão nesta temporada de festas. As vendas não
devem cair tanto quanto no ano
passado, mas a Federação Nacional do Varejo prevê que elas
ainda assim registrarão declínio, da ordem de 1%, para US$
437,6 bilhões.
Evidentemente, Wal-Mart e
Amazon.com são empresas
fundamentalmente diferentes
e, pelo menos por enquanto, a
Amazon não é ameaça imediata
à gigante do varejo físico, sediada em Bentonville, Arkansas.
A Wal-Mart, com vendas de
US$ 405 bilhões no ano passado, domina o mercado ao oferecer preços acessíveis aos consumidores médios norte-americanos, nas 4.000 lojas de sua
rede. A Amazon.com não passa
de um barco de turismo diante
do transatlântico da Wal-Mart,
com vendas de US$ 20 bilhões,
em geral para cidadãos urbanos
afluentes que preferem fazer
compras com um mouse a fazê-las num supermercado.
Futuro
A disputa, portanto, gira em
torno do futuro. A rápida expansão de ambas as empresas,
bem como as profundas mudanças na paisagem do setor de
tecnologia, agora tornam inevitável um confronto direto.
Ainda que as compras on-line respondam por apenas 4%
do total de vendas do varejo
norte-americano, essa porcentagem vem crescendo rapidamente. O comércio eletrônico
não sofreu tanto quanto o comércio convencional durante o
período de crise econômica e
está se recuperando mais rápido do que o varejo físico.
As pessoas agora também fazem compras de seus televisores de alta definição e de seus
celulares inteligentes.
A Amazon.com, sediada em
Seattle, conseguiu aproveitar
todas essas tendências, e também começou a se comportar
mais como uma companhia
tradicional de varejo.
Neste final de ano, ela expandiu seu programa de marcas e
ampliou o número de cabos de
som, vídeo e outros itens que
estão sendo vendidos sob a sua
marca. Além disso, a companhia introduziu um serviço de
entregas no mesmo dia em sete
cidades dos Estados Unidos,
em um esforço para reproduzir
a sensação de gratificação instantânea oferecida pelas compras físicas.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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