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Com crise, mais jovens retornam à casa dos pais nos EUA
Em 13% dos lares, ao menos um filho crescido desistiu de morar sozinho; casamentos são adiados, e desemprego de jovens é recorde
DE NOVA YORK
A crise econômica elevou o
número de jovens americanos
que voltaram a morar com os
pais. Segundo uma pesquisa do
Pew Research Center, 13% dos
pais com filhos crescidos relataram ter recebido de volta ao
menos um deles no último ano.
Entre os entrevistados de 18
a 34 anos, 10% disseram que
voltaram a morar com os pais
por conta da crise. Outros 12%
disseram que passaram a dividir apartamento e 2% alugaram
cômodos para hóspedes.
"Cerca de sete em cada dez
adultos que vivem com os pais
têm menos de 30 anos. Metade
deles trabalha em expediente
integral ou parcial, enquanto
25% estão desempregados. De
todos os adultos que vivem com
suas famílias, 35% disseram
que já moraram sozinhos em
algum momento, mas tiveram
de retornar para a casa dos
pais", afirma a pesquisa.
Em um movimento similar
ao que ocorreu em recessões
anteriores, como em 1982 e
2001, o percentual de jovens
que vivem sozinhos diminui no
cenário de crise. Em 2007, o total de jovens de 18 a 29 anos que
moravam sozinhos era de 7,9%.
Neste ano, o percentual caiu
para 7,3%.
Os números indicam que os
efeitos são mais visíveis sobre
as mulheres. De 2007 a 2009, o
total de mulheres de 18 a 29
anos que moram sozinhas recuou de 7,1% para 6,1%. Segundo o instituto, mudanças dessa
magnitude são bastante superiores à média histórica. Entre
os homens, o total dos que vivem sozinhos nessa idade passou de 8,6% para 8,4%.
Além da comparação de dados do Census, a pesquisa foi
feita com base em entrevistas
por telefone com 1.028 pessoas
acima de 18 anos no período de
21 a 25 de outubro.
Casamento adiado
A pesquisa mostra que a crise
econômica não afetou apenas o
perfil de moradia. Os jovens estão adiando planos como casamento e filhos. Na faixa de 18 a
34 anos, 14% dos jovens postergaram o plano de ter filhos, e
15%, o de casar.
Segundo o estudo, decisões
como essas estão relacionadas
ao aumento do desemprego.
Hoje, 46,1% dos jovens entre 16
e 24 anos estão empregados,
menor índice desde 1948.
Uma das principais consequências tem sido o aumento
do número de estudantes matriculados em instituições de
ensino superior. No ano passado (último dado disponível para o país todo), 39,6% dos jovens de 18 a 24 estavam matriculados em cursos de dois ou de
quatro anos, o equivalente a
11,5 milhões de estudantes.
"Cursos universitários locais
de menor duração têm sido
considerados contracíclicos.
Eles tendem a aumentar enquanto a economia piora", afirma a pesquisa.
(JANAINA LAGE)
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