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BB estuda lançar novas ações para se capitalizar
Compras recentes deixaram banco
perto de seu limite de empréstimos
Tesouro deve ficar com parte dos papéis para manter sua
participação; BB vai começar a negociar ADRs na Bolsa
de NY a partir de quarta-feira
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil e o Tesouro devem fazer um lançamento
de ações do banco estatal com o
objetivo de capitalizar a instituição financeira, que ficou
mais próxima do seu limite de
empréstimos após a incorporação da Nossa Caixa e de 50% do
banco Votorantim.
O banco também informou
ontem que começará a negociar seus papéis na Bolsa de Valores de Nova York (ADRs) a
partir da próxima quarta-feira,
o que vai ampliar a possibilidade de que investidores estrangeiros participem de novas
ofertas de ações do banco.
Já estava previsto que o Banco do Brasil teria de aumentar o
percentual de ações negociadas
na Bolsa de Valores dos atuais
21,7% para 25% até junho de
2011, de acordo com as regras
do Novo Mercado da Bolsa de
Valores de São Paulo. Isso obrigaria a instituição a fazer uma
oferta secundária, que é a venda de parte do capital que pertence aos controladores. O Novo Mercado é um segmento da
Bolsa que zela por práticas diferenciadas de governança corporativa.
O BB decidiu, então, estudar
também a possibilidade de lançar novas ações para reforçar o
capital do banco. Nesse caso, o
mais provável é que apenas
parte dos novos papéis seja
vendida no mercado. A outra
parte seria comprada pelo Tesouro Nacional, que, dessa forma, manterá sua participação
acionária inalterada.
A União detém hoje 65,4% do
banco estatal. Há ainda no bloco de controle 10,4% com a Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB) e 2,5% com o estatal BNDESPar.
O vice-presidente de Finanças do BB, Ivan Monteiro, afirmou que o índice que mede a
capacidade de empréstimos da
instituição está hoje em 13,9%
-o limite mínimo é de 11%. Isso permite ao banco aumentar
sua carteira de crédito em
R$ 100 bilhões. A instituição
avalia, no entanto, que as novas
aquisições, aliadas ao crescimento da economia e do crédito, podem levar a uma redução
desse percentual.
"Você não adquire [outros
bancos] para ficar do mesmo
tamanho, adquire para crescer.
Então, avaliamos que seria
oportuno discutir a possível capitalização do banco", afirmou.
A decisão sobre a oferta depende ainda de aprovação de
assembleia de acionistas e dos
órgãos reguladores, além das
"condições de mercado". Mas o
vice-presidente avalia que o
momento é oportuno para a
captação de recursos por parte
de empresas brasileiras.
Em outubro, por exemplo, o
banco obteve um empréstimo
de US$ 1,5 bilhão no exterior
por meio do lançamento de títulos de dívida, também para
reforçar seu capital.
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