São Paulo, sábado, 28 de novembro de 2009

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BB estuda lançar novas ações para se capitalizar

Compras recentes deixaram banco perto de seu limite de empréstimos

Tesouro deve ficar com parte dos papéis para manter sua participação; BB vai começar a negociar ADRs na Bolsa de NY a partir de quarta-feira

EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil e o Tesouro devem fazer um lançamento de ações do banco estatal com o objetivo de capitalizar a instituição financeira, que ficou mais próxima do seu limite de empréstimos após a incorporação da Nossa Caixa e de 50% do banco Votorantim.
O banco também informou ontem que começará a negociar seus papéis na Bolsa de Valores de Nova York (ADRs) a partir da próxima quarta-feira, o que vai ampliar a possibilidade de que investidores estrangeiros participem de novas ofertas de ações do banco.
Já estava previsto que o Banco do Brasil teria de aumentar o percentual de ações negociadas na Bolsa de Valores dos atuais 21,7% para 25% até junho de 2011, de acordo com as regras do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo. Isso obrigaria a instituição a fazer uma oferta secundária, que é a venda de parte do capital que pertence aos controladores. O Novo Mercado é um segmento da Bolsa que zela por práticas diferenciadas de governança corporativa.
O BB decidiu, então, estudar também a possibilidade de lançar novas ações para reforçar o capital do banco. Nesse caso, o mais provável é que apenas parte dos novos papéis seja vendida no mercado. A outra parte seria comprada pelo Tesouro Nacional, que, dessa forma, manterá sua participação acionária inalterada.
A União detém hoje 65,4% do banco estatal. Há ainda no bloco de controle 10,4% com a Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB) e 2,5% com o estatal BNDESPar.
O vice-presidente de Finanças do BB, Ivan Monteiro, afirmou que o índice que mede a capacidade de empréstimos da instituição está hoje em 13,9% -o limite mínimo é de 11%. Isso permite ao banco aumentar sua carteira de crédito em R$ 100 bilhões. A instituição avalia, no entanto, que as novas aquisições, aliadas ao crescimento da economia e do crédito, podem levar a uma redução desse percentual.
"Você não adquire [outros bancos] para ficar do mesmo tamanho, adquire para crescer. Então, avaliamos que seria oportuno discutir a possível capitalização do banco", afirmou.
A decisão sobre a oferta depende ainda de aprovação de assembleia de acionistas e dos órgãos reguladores, além das "condições de mercado". Mas o vice-presidente avalia que o momento é oportuno para a captação de recursos por parte de empresas brasileiras.
Em outubro, por exemplo, o banco obteve um empréstimo de US$ 1,5 bilhão no exterior por meio do lançamento de títulos de dívida, também para reforçar seu capital.


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