São Paulo, sábado, 28 de novembro de 2009

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@grupofolha.com.br

MAIS CRÉDITO
O Banco do Brasil já liberou R$ 18 bilhões para a agricultura nesta safra 2009/10. Esse volume de dinheiro supera em 20% o de igual período de 2008 (de julho a novembro).

BOM SINAL
Dois motivos pesam na decisão dos produtores de elevar a busca por crédito: menores custos de produção e perspectivas de boa safra. A avaliação é de Luis Carlos Guedes Pinto, da área de agronegócio do BB.

OS NÚMEROS
O crédito disponível para a chamada agricultura empresarial atingiu R$ 13,4 bilhões, com alta de 18% sobre 2008. A linha de crédito de custeio foi a R$ 10,2 bilhões (mais 15%) e a de investimentos, a R$ 1,1 bilhão (mais 55%). A comercialização soma R$ 2,1 bilhões.

INCENTIVOS
A agricultura familiar recebeu 28% a mais neste ano. O destaque fica para investimentos que, ao somarem R$ 1,66 bilhão, tiveram alta de 153%. O crédito para custeio caiu para R$ 2,62 bilhões (menos 2,2%).

O PROBLEMA É O CÂMBIO
O produtor deve responder com área e produção maiores nesta safra 2009/10. O futuro, no entanto, é meio nebuloso, devido à trajetória do real, que tem forte valorização e tira renda da agricultura.

MEDIDAS VIRÃO
O governo não vai assistir quieto à desvalorização do dólar e deverá adotar medidas de sustentação da moeda dos EUA. Esse é o sentimento que cerca as discussões governamentais quando o assunto entra em pauta.

NÃO CAI MAIS
Além disso, há uma aposta de que o dólar não caia mais. Se o câmbio está sendo desastroso até para a agricultura, que é bastante competitiva, pior ainda para outros setores, na avaliação do governo.

MAIS QUEDA
O álcool voltou a cair na porta das usinas. A necessidade de formação de caixa neste período para 13º salário e outras contas está forçando as usinas a colocar no mercado um volume de produto acima da demanda.

VOLTA A SUBIR
"É uma oferta pontual", diz Antonio de Padua Rodrigues, da Unica. O setor se aproxima do final de safra, quando os preços voltarão a subir, diz ele. Nesta semana, o litro do anidro caiu 2,1% nas usinas e o do hidratado, 0,6%, mostra o Cepea.

FOCO NA GASOLINA
A alta do preço do álcool no segundo semestre fez muitos consumidores desviarem o consumo para a gasolina, cujo preço já reage e sobe nos postos do país. Em São Paulo, a alta foi de 0,3% na semana, segundo pesquisa da Folha.


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