São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 2002

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SP já tem inflação de 1% em janeiro

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Antes de começar o mês, a inflação de janeiro já é de 1% em São Paulo. É uma taxa decidida "na caneta", diz Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
Essa taxa provém dos aumentos de combustíveis, gás de cozinha, tarifas de ônibus e de mensalidades escolares. O maior peso no bolso dos consumidores virá das tarifas de ônibus. O aumento de 21,4% nas passagens de ônibus vai gerar inflação de 0,85%, mas apenas 0,52% entra no índice de janeiro porque os novos valores das tarifas começam a vigorar no dia 12. O restante fica para fevereiro.
A alta estimada de 9,5% na gasolina vai gerar inflação de 0,24%, e essa taxa recai inteira no índice de janeiro porque o reajuste passa a vigorar já no final deste mês.
O reajuste do gás de cozinha deverá gerar inflação de 0,04% -no caso de repasse de 5% para os consumidores. Nas contas da Fipe, restam ainda os aumentos nas mensalidades escolares, que podem gerar inflação de 0,30%.
Devido a essas novas pressões, a Fipe reviu a taxa de inflação de janeiro para o mínimo de 1,5%. A previsão anterior era de 1%. Em janeiro, a inflação deverá receber, ainda, o impacto dos aumentos dos produtos "in natura". A procura por esses produtos aumenta e a oferta, em geral, é prejudicada pelo excesso de chuva e de calor.

IPCA sobe
Com os combustíveis mais caros, 2003 já começa com pressão inflacionária. Só o reajuste da gasolina elevará o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 0,40 ponto percentual, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esse aumento ocorrerá se for confirmada a estimativa da Petrobras e da Fecombustíveis (federação nacional dos postos) de repasse de 9,5% ao consumidor.
No caso do gás de botijão, o impacto no IPCA, índice que baliza as metas de inflação do governo, será menor: 0,08 ponto percentual. O aumento se confirmará caso a alta para o consumidor final fique em 4,9%, conforme prevêem a estatal e as distribuidoras.
Considerando a projeção das principais instituições financeiras do país, apurada pelo boletim "Focus", do Banco Central, os dois reajustes, somados, elevarão a inflação de janeiro para cerca de 1,7%. É que a previsão para o IPCA do próximo mês, apurada pelo BC antes de a Petrobras anunciar os reajustes, era de 1,2%.
O pior é que podem vir, segundo especialistas ouvidos pela Folha, mais aumentos no início do próximo ano. Motivo: muitos combustíveis ainda têm grande defasagem de preço em relação às cotações internacionais. É o caso do gás de cozinha.
Segundo o Sindigás (sindicato das distribuidoras de gás), o produto está cerca de 35% mais barato do que o preço internacional, mesmo levando em conta o reajuste divulgado ontem.


Colaborou a Sucursal do Rio


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