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SP já tem inflação de 1% em janeiro
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
Antes de começar o mês, a inflação de janeiro já é de 1% em São
Paulo. É uma taxa decidida "na
caneta", diz Heron do Carmo,
coordenador do Índice de Preços
ao Consumidor da Fipe.
Essa taxa provém dos aumentos
de combustíveis, gás de cozinha,
tarifas de ônibus e de mensalidades escolares. O maior peso no
bolso dos consumidores virá das
tarifas de ônibus. O aumento de
21,4% nas passagens de ônibus vai
gerar inflação de 0,85%, mas apenas 0,52% entra no índice de janeiro porque os novos valores das
tarifas começam a vigorar no dia
12. O restante fica para fevereiro.
A alta estimada de 9,5% na gasolina vai gerar inflação de 0,24%,
e essa taxa recai inteira no índice
de janeiro porque o reajuste passa
a vigorar já no final deste mês.
O reajuste do gás de cozinha deverá gerar inflação de 0,04% -no
caso de repasse de 5% para os
consumidores. Nas contas da Fipe, restam ainda os aumentos nas
mensalidades escolares, que podem gerar inflação de 0,30%.
Devido a essas novas pressões, a
Fipe reviu a taxa de inflação de janeiro para o mínimo de 1,5%. A
previsão anterior era de 1%. Em
janeiro, a inflação deverá receber,
ainda, o impacto dos aumentos
dos produtos "in natura". A procura por esses produtos aumenta
e a oferta, em geral, é prejudicada
pelo excesso de chuva e de calor.
IPCA sobe
Com os combustíveis mais caros, 2003 já começa com pressão
inflacionária. Só o reajuste da gasolina elevará o IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo)
em 0,40 ponto percentual, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Esse aumento ocorrerá se for
confirmada a estimativa da Petrobras e da Fecombustíveis (federação nacional dos postos) de repasse de 9,5% ao consumidor.
No caso do gás de botijão, o impacto no IPCA, índice que baliza
as metas de inflação do governo,
será menor: 0,08 ponto percentual. O aumento se confirmará caso a alta para o consumidor final
fique em 4,9%, conforme prevêem a estatal e as distribuidoras.
Considerando a projeção das
principais instituições financeiras
do país, apurada pelo boletim
"Focus", do Banco Central, os
dois reajustes, somados, elevarão
a inflação de janeiro para cerca de
1,7%. É que a previsão para o IPCA do próximo mês, apurada pelo BC antes de a Petrobras anunciar os reajustes, era de 1,2%.
O pior é que podem vir, segundo especialistas ouvidos pela Folha, mais aumentos no início do
próximo ano. Motivo: muitos
combustíveis ainda têm grande
defasagem de preço em relação às
cotações internacionais. É o caso
do gás de cozinha.
Segundo o Sindigás (sindicato
das distribuidoras de gás), o produto está cerca de 35% mais barato do que o preço internacional,
mesmo levando em conta o reajuste divulgado ontem.
Colaborou a Sucursal do Rio
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