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PREÇO
Governo e indústria assinam documento postergando aumento para março
Acordo adia reajuste de remédios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal assinou ontem um protocolo de intenções
com a indústria farmacêutica que
adia para março de 2003 o reajuste de medicamentos -hoje sob
controle por meio de medida provisória que vence no final do mês.
Em contrapartida, a Camed (Câmara de Medicamentos) se compromete a formular e regulamentar até 30 de junho a política de regulação econômica do setor.
De acordo com o documento, as
indústrias não aumentarão os
preços até o dia 28 de fevereiro de
2003, mas ficam autorizadas, em
março, a reajustá-los em 8,63%,
em média, por empresa.
O reajuste para cada medicamento não poderá ser superior a
9,92%. A partir do aumento, os
novos preços devem permanecer
fixos até 30 de junho de 2003.
Não estão incluídos no acordo
medicamentos fitoterápicos, homeopáticos e outros que serão definidos pela Camed.
Nota divulgada pelos ministérios da Justiça, Fazenda e Saúde,
que integram a Camed, diz que o
protocolo "institui normas transitórias que permitirão ao novo governo elaborar, no primeiro semestre do próximo ano, uma política de regulação econômica para o setor e uma política de assistência farmacêutica que promovam o acesso da população a medicamentos e ensejem a realização de novos investimentos pelo
setor privado".
A indústria farmacêutica teve
um faturamento líquido de US$ 5
bilhões em 2000 no Brasil, que é o
nono mercado mundial.
De acordo com o presidente da
Febrafarma (Federação Brasileira
da Indústria Farmacêutica), Ciro
Mortella, o controle de preços não
se traduziu em maior acesso à população carente e prejudica os investimentos no setor.
No início de novembro, o governo havia autorizado um reajuste extraordinário médio de 8%
nos preços, e outro reajuste igual
foi programado para este mês.
Segundo Mortella, se o congelamento fosse mantido, o reajuste
de final de ano seria de no mínimo 14%. Com a manutenção do
controle, o setor ganha tempo para discutir suas propostas.
A Febrafarma defende um projeto de distribuição gratuita de remédios com compras em pregões
e distribuição em farmácias.
A proposta, chamada Pamsus,
teria um custo de até R$ 4,8 bilhões e atenderia cerca de 50 milhões de pessoas carentes. O novo
ministro da Saúde, Humberto
Costa, confirma que o Pamsus é
uma das alternativas em estudo.
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