DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo encerra este ano com o menor número de companhias listadas desde 1976. Foram 28 as empresas que deixaram de negociar ações na Bovespa em 2002.
Com esse movimento de fuga, restaram 400 companhias negociando papéis na Bolsa paulista. Em 1989, por exemplo, eram 592 as empresas com capital aberto. No ano passado, outras 31 companhias haviam decidido abandonar os negócios na Bolsa.
Este ano termina também com as empresas valendo algumas dezenas de bilhões de dólares a menos. O valor de mercado das empresas encolheu mais de US$ 60 bilhões no ano. De US$ 250 bilhões no começo de 2001, o valor de mercado das empresas negociadas na Bolsa paulista chega ao fim de 2002 em apenas US$ 123 bilhões.
Nem mesmo a melhora da Bolsa no último trimestre foi suficiente para recuperar os preços das ações brasileiras.
"A Bolsa deveria ser encarada como uma boa alternativa para as empresas captarem recursos. Mas os altos custos para manter o capital aberto continuam desmotivando as empresas, que têm preferido sair do pregão", afirma Michel Campanella, analista da corretora Socopa.

Desinteresse
A valorização do dólar não atraiu os investidores estrangeiros, uma hipótese levantada pelo mercado. "É importante lembrar que o mercado acionário teve um ano bastante negativo em todo o mundo."
No ano, o fluxo de recursos estrangeiros para a Bovespa está negativo. Isso quer dizer que os estrangeiros mais venderam que compraram ações no pregão local. No acumulado do ano, até o último dia 20, as vendas de ações por estrangeiros superaram as compras em R$ 1,47 bilhão. Em 2001, o saldo do investimento estrangeiro ficou positivo em R$ 815,7 milhões. (FABRICIO VIEIRA)



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