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TENSÃO GLOBAL
Mercados se preparam para 3º ano de queda
Bolsas internacionais recuam aos piores níveis dos últimos 2 meses
DA REDAÇÃO
As ações européias caíram ontem ao nível mais baixo em dois
meses e meio, atingidas pelas incertezas geopolíticas e pelas tímidas perspectivas de crescimento
econômico para o próximo ano.
As principais empresas do continente já perderam um terço de
seu valor desde o começo do ano.
As Bolsas norte-americanas
também foram afetadas pelo recrudescimento das tensões globais, que, além da possibilidade
crescente de conflito EUA x Iraque, agora incluem também a Coréia do Norte, que ontem expulsou inspetores da ONU (Organização das Nações Unidas) de seu
território.
Pesa ainda o impasse político na
Venezuela, que desestabiliza a
oferta global de petróleo. Combustíveis mais caros significam
perspectivas menores de crescimento econômico.
O baixo volume de negócios
(em torno de um quarto dos níveis normais, devido aos feriados
de fim de ano) explica em parte a
alta volatilidade dos índices. Para
os analistas, tendências mais concretas só poderão ser observadas
no começo de 2003, quando os
administradores de fundos começarão a recompor suas carteiras.
"Não é difícil derrubar os mercados quando o volume é baixo
assim. O verdadeiro teste ocorrerá na semana que vem, quando os
investidores começarão a fazer
suas apostas", afirmou um corretor de investimentos que opera no
mercado de Londres.
O FTSE Eurotop 300, que lista as
300 maiores empresas européias,
subiu 10% desde que atingiu, em
outubro, seu ponto mais baixo
em cinco anos. Mas, ainda assim,
o índice acumula uma perda de
33% desde o começo do ano.
Inevitavelmente, o FTSE Eurotop 300 amargará o terceiro ano
consecutivo de perdas. No ano
passado, o índice perdeu 18% e,
em 2000, 3%.
O índice FTSE 100, da Bolsa de
Londres, caiu 2,86% no dia e já
perdeu cerca de um quarto de seu
valor no ano. Nos últimos três
anos, a perda chega a 43%.
A Bolsa de Frankfurt sofreu
uma queda de 5,36%. No ano, a
principal Bolsa alemã acumula
uma perda de 45%.
Em Paris, a queda ficou em
2,25%. Desde o começo do ano, a
queda chega a 35%.
EUA sentem
As Bolsas norte-americanas
também recuaram aos mais baixos patamares desde outubro. O
índice Dow Jones da Bolsa de Nova York caiu 1,53%, a Nasdaq perdeu 1,43%, e o Standard & Poor's
500 teve queda de 1,6%.
"Já tínhamos o bastante para lidar, com o terrorismo e o Iraque.
A Coréia do Norte nos roubou
um novo tanto de estabilidade
global", afirmou Peter Boockvar,
estrategista da corretora Miller
Tabak. "É por isso que as pessoas
não querem se arriscar, investindo em ações."
O dólar seguiu perdendo valor
ante o euro. A cotação da moeda
européia foi a US$ 1,0401, a maior
desde 1999.
Com agências internacionais
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