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COMÉRCIO EXTERIOR
Medida visa estimular exportações
Governo Lula estuda dividir BNDES em dois, diz futuro ministro Furlan
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Luiz Fernando Furlan,
56, afirmou ontem que o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deverá ser dividido em dois para dar
mais ênfase à exportação.
De acordo com Furlan, a idéia
em estudo, que consta no relatório preparado pela equipe de
transição do novo governo, é a de
separar as funções do BNDES de
banco de fomento das de Eximbank. "Nós vamos aprofundar os
estudos da possibilidade de separação das duas funções do
BNDES", diz Furlan.
Para o futuro ministro do Desenvolvimento, o objetivo dessa
proposta de divisão do BNDES é
dar mais dinamismo ao banco.
Hoje, a seu ver, o fato de coabitarem, no mesmo prédio, tanto o
banco de fomento como o Eximbank pode não ser tão produtivo,
principalmente para o incentivo
às exportações.
Furlan confirmou também que
o economista Carlos Lessa deverá
ser mesmo o presidente do
BNDES. O futuro ministro afirmou que, no sábado passado, ele
almoçou com Lessa e com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da
Silva. "Nós tivemos uma profícua
reunião com o professor Carlos
Lessa e o presidente Lula, onde eu
acredito que nos conhecemos
melhor e estruturamos um "modus operandi" que vai funcionar
bastante bem", afirmou Furlan.
O futuro ministro do Desenvolvimento disse que o BNDES deverá um órgão executor de políticas
de desenvolvimento industrial e
de comércio exterior. "A formulação dessa política deve ficar a cargo do presidente e dos ministros",
disse.
Furlan afirmou também que
outra preocupação será a de fazer
com que os recursos à exportação
cheguem também às pequenas
empresas. Segundo ele, há muitas
idéias em estudo para fazer com
que isso aconteça.
O futuro ministro do Desenvolvimento reconheceu que há muitas dificuldades, hoje, para que as
pequenas empresas tenham acesso aos recursos do BNDES. O
grande problema, a seu ver, é que
o risco do empréstimo se concentra no banco repassador de recursos. O BNDES não opera diretamente com as pequenas empresas.
De acordo com Furlan, uma das
idéias em estudo é a de flexibilizar
mais o risco dessas operações para poder melhor distribuir os recursos do BNDES.
Furlan disse que outra prioridade de sua administração será a
elaboração de uma política industrial com o objetivo de promover
um novo programa de substituição de importações no país.
Segundo ele, uma das idéias em
estudo, que também consta no relatório da equipe de transição, é a
de transformar a Zona Franca de
Manaus, onde já estão instaladas
as fábricas de imagem e de som,
num pólo industrial de atração de
fabricantes de componentes, de
circuitos integrados e de semicondutores.
No final de novembro, membros da equipe de transição do PT
tiveram um encontro no Rio com
executivos de grandes indústrias
de telecomunicações. Entre elas,
Motorola, NEC e Alcatel. O novo
governo quer convencer multinacionais a construir a primeira fábrica de semicondutores do país.
Ao tentar atrair fábricas de
componentes, circuitos integrados e semicondutores para o país,
o objetivo do novo governo é o de
reduzir o déficit na balança comercial do setor eletroeletrônico.
O setor é um dos que apresentam maior saldo negativo na balança comercial. No ano passado,
o déficit foi de US$ 5,805 bilhões.
Se for levado em conta os eletrônicos utilizados na indústria automobilística, o saldo negativo do
setor chegou a US$ 8 bilhões em
2001.
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