São Paulo, sábado, 28 de dezembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIZINHO EM CRISE

Taxa local baixou de 21,4% em maio para 17,8% em outubro

Cai o desemprego na Argentina

MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES

O governo argentino anunciou ontem que a taxa de desemprego das áreas metropolitanas do país caiu de 21,4% em maio para 17,8% em outubro deste ano. Foi a primeira vez em que a taxa de desemprego caiu desde outubro de 2000 -o instituto de estatísticas oficial da Argentina, o Indec, calcula a taxa de desemprego duas vezes por ano.
A queda da taxa de desemprego no segundo semestre deste ano ocorreu, principalmente, por causa dos planos sociais do governo. O principal programa social do governo argentino foi responsável pela "criação" de 400 mil vagas de trabalho.
O governo argentino concede um benefício de aproximadamente R$ 150 aos chefes de família desempregados. Para receber o subsídio, os trabalhadores aceitam trabalhar, durante parte da semana, em projetos comunitários, limpeza da cidade ou construção e reforma de locais públicos. No cálculo da taxa de desemprego, o Indec considerou todos os beneficiários do programa como ocupados, o que ajudou a reduzir a taxa de desemprego.
Mas, mesmo desconsiderando o efeito causado pelo programa, haveria uma queda importante na taxa de desemprego. O Indec estima que foram criados cerca de 200 mil empregos de maio a outubro. Ou seja, um terço das 600 mil vagas criadas surgiu com o aumento da oferta de empregos.
O resultado do mês de outubro fez a taxa de desemprego retroceder para níveis menores do que os 18,3% registrados em outubro de 2001, quando a economia argentina estava à beira do colapso, que ocorreu em dezembro do ano passado e janeiro deste ano.

Dolarização
A Suprema Corte argentina decidiu adiar as discussões sobre a constitucionalidade da pesificação. Os juízes da Corte discutiriam um caso envolvendo a pesificação na próxima segunda-feira e poderiam decidir que a medida, que converteu em pesos todos os depósitos e dívidas argentinos, é inconstitucional.
A possibilidade de que isso ocorresse nas próximas semanas complicava as negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que, na avaliação do governo, estavam melhorando nos últimos dias. Os técnicos do Fundo temem que a redolarização dos depósitos nos bancos cause mais desequilíbrios no já debilitado sistema financeiro do país.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: EUA: Venda de casas bate recorde em novembro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.