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VIZINHO EM CRISE
Taxa local baixou de 21,4% em maio para 17,8% em outubro
Cai o desemprego na Argentina
MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES
O governo argentino anunciou
ontem que a taxa de desemprego
das áreas metropolitanas do país
caiu de 21,4% em maio para 17,8%
em outubro deste ano. Foi a primeira vez em que a taxa de desemprego caiu desde outubro de
2000 -o instituto de estatísticas
oficial da Argentina, o Indec, calcula a taxa de desemprego duas
vezes por ano.
A queda da taxa de desemprego
no segundo semestre deste ano
ocorreu, principalmente, por causa dos planos sociais do governo.
O principal programa social do
governo argentino foi responsável pela "criação" de 400 mil vagas
de trabalho.
O governo argentino concede
um benefício de aproximadamente R$ 150 aos chefes de família desempregados. Para receber o
subsídio, os trabalhadores aceitam trabalhar, durante parte da
semana, em projetos comunitários, limpeza da cidade ou construção e reforma de locais públicos. No cálculo da taxa de desemprego, o Indec considerou todos
os beneficiários do programa como ocupados, o que ajudou a reduzir a taxa de desemprego.
Mas, mesmo desconsiderando
o efeito causado pelo programa,
haveria uma queda importante na
taxa de desemprego. O Indec estima que foram criados cerca de
200 mil empregos de maio a outubro. Ou seja, um terço das 600 mil
vagas criadas surgiu com o aumento da oferta de empregos.
O resultado do mês de outubro
fez a taxa de desemprego retroceder para níveis menores do que os
18,3% registrados em outubro de
2001, quando a economia argentina estava à beira do colapso, que
ocorreu em dezembro do ano
passado e janeiro deste ano.
Dolarização
A Suprema Corte argentina decidiu adiar as discussões sobre a
constitucionalidade da pesificação. Os juízes da Corte discutiriam um caso envolvendo a pesificação na próxima segunda-feira
e poderiam decidir que a medida,
que converteu em pesos todos os
depósitos e dívidas argentinos, é
inconstitucional.
A possibilidade de que isso
ocorresse nas próximas semanas
complicava as negociações com o
FMI (Fundo Monetário Internacional), que, na avaliação do governo, estavam melhorando nos
últimos dias. Os técnicos do Fundo temem que a redolarização
dos depósitos nos bancos cause
mais desequilíbrios no já debilitado sistema financeiro do país.
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