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Banco do Sul terá US$ 10 bi, diz Mantega
Brasil, Argentina e Venezuela serão os maiores sócios, que poderão pagar entre US$ 1 bi e US$ 2 bi, segundo o ministro
Instituição deve ser um banco de desenvolvimento eficiente, profissional, que dê lucro e que financie bons projetos, disse Mantega
RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) e seu colega argentino, Martín Lousteau, debateram ontem, durante almoço na
Embaixada do Brasil em Buenos Aires, a estruturação do
Banco do Sul, instituição multilateral de fomento fundada no
início deste mês. Após o almoço, Mantega afirmou que houve
"várias afinidades na concepção do que deve ser o banco"
entre ele e Lousteau.
"Deve ser um banco de desenvolvimento eficiente, profissional, que dê lucro e que financie bons projetos. Esses são
os fundamentos do banco."
O brasileiro disse que o capital inicial do banco deve ser de
entre US$ 7 bilhões e US$ 10 bilhões, "a serem integralizados
num período a ser definido".
"Brasil, Argentina e Venezuela serão os sócios maiores,
que podem pagar mais, algo entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões
para os sócios maiores. Foi uma
discussão apenas preliminar;
agora nós vamos continuar essa discussão com o representante da Venezuela e depois temos de discutir com todos os
demais membros fundadores
do Banco do Sul", completou.
Além dos três países que
Mantega definiu como maiores, também são sócios-fundadores do Banco do Sul o Equador, a Bolívia, o Paraguai e o
Uruguai. A ata de fundação foi
assinada em Buenos Aires no
último dia 9, e deu-se o prazo
de 60 dias para a elaboração do
estatuto da instituição.
No almoço com Lousteau,
Mantega também conversou
sobre o cenário macroeconômico mundial, com a alta no
preço dos alimentos que, segundo ele, beneficia Brasil e Argentina.
"Brasil e Argentina estão entre os países que são beneficiados por essa inflação de alimentos. Embora isso traga algum
problema inflacionário interno, por outro lado significa a
valorização de produtos que
nós fabricamos, que temos facilidade de produzir", disse. O
ministro afirmou que não chegou a discutir com Lousteau a
questão sobre a tributação que
a Argentina cobra às exportações de grãos, mas que pretendia fazê-lo na reunião que manteria com o ministro argentino
no Ministério da Economia no
final da tarde de ontem.
Sobre o desequilíbrio na balança comercial entre os dois
países, tema que preocupa os
argentinos, Mantega afirmou:
"As importações brasileiras de
todos os parceiros do Mercosul
estão aumentando. É uma coisa
boa, e todos eles devem estar
satisfeitos. O importante é que
o comércio com a Argentina está aumentando muito. Tanto a
importação como a exportação
estão aumentando bastante,
então é satisfatório para os dois
países".
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