São Paulo, segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

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outro lado

Banco diz que não há pregão de cartas marcadas

DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES confirma que os atuais acionistas controladores da Telemar Participações têm direito de preferência no leilão na compra da ações, mas nega que seja um leilão de cartas marcadas para favorecer os fundos de pensão Petros e Funcef.
Segundo a assessoria da instituição, o direito de preferência está previsto no acordo de acionistas da Telemar que viabilizou a reestruturação societária da empresa, e não por imposição do BNDES, e qualquer interessado pode participar do leilão e apresentar propostas.
Disse, ainda, que, em abril de 2009, ficou acertado entre os acionistas da Telemar que o BNDES faria o leilão das ações e que os dois fundos de pensão garantiriam um preço mínimo de compra.
""Significa que há dois compradores com oferta firme, o que não impede que outros interessados aumentem o preço", afirma o banco.
Para um novo grupo adquirir as ações, os controladores da Telemar teriam de abrir mão do direito de preferência. O banco afirma que tem interesse estratégico em continuar acionista da Telemar e, por isso, não colocou à venda a totalidade das ações que possui da empresa.
A Telemar controla a Oi, que tem concessão pública para oferecer telefonia fixa em todo o território brasileiro, à exceção de São Paulo.
Em janeiro deste ano, a empresa concluiu a compra da Brasil Telecom. Para viabilizar a aquisição, o governo mudou a regulamentação das telecomunicações, que impedia um mesmo grupo de deter duas concessões de telefonia fixa.

Argumento
O ex-presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) Luiz Cantidiano deu parecer à Telemar favorável ao leilão. Ele disse à Folha não ver problemas nas regras estabelecidas.
"Não acho que esteja direcionado aos dois fundos. O leilão é público, e quem quiser participar sabe que estará submetido a certas condições", afirmou, referindo-se ao direito de preferência para os atuais controladores.
Cantidiano disse que já houve leilões com condições semelhantes no setor petroquímico.


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