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INFRA-ESTRUTURA
Fundo ganha fôlego para se enquadrar em lei e estuda entrar em PPP
Previ investirá R$ 200 mi em 2005
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
Depois de sete anos sem fazer
grandes negócios, a Previ (o fundo de pensão dos funcionários do
Banco do Brasil) pretende partir
neste ano para uma política mais
agressiva de investimentos. Segundo Sérgio Rosa, presidente da
Previ, o fundo de pensão pretende
investir cerca de R$ 200 milhões
em novos negócios em 2005.
A mudança na estratégia da
Previ só foi possível depois de o
CMN (Conselho Monetário Nacional) ter dado o prazo até 2012
para o fundo enquadrar seus investimentos às regras de aplicação. Antes, o prazo vencia em
2004. De um patrimônio de cerca
de R$ 60 bilhões, a Previ tem 60%
em renda variável (ações). A regra
obriga que as aplicações em ações
sejam limitadas em 50%.
Sérgio Rosa explicou que, em
2005, a exemplo do que aconteceu
nos últimos anos, a Previ ainda
vai vender mais ativos do que
comprar, mas agora terá mais fôlego para poder fazer novos negócios. "Nós vamos trabalhar com
mais folga em novos investimentos, já que não teremos mais a
pressão de venda de antes."
Os últimos grandes investimentos da Previ ocorreram na privatização da Telebrás, em 1998. Desde
então, o fundo viveu sob a pressão
de ter de enquadrar suas aplicações para reduzir sua participação
no mercado de ações. Em 2004, a
Previ se desfez de R$ 900 milhões
de seu patrimônio.
De acordo com Sérgio Rosa, em
razão dessa maior folga, a Previ
tem analisado investimentos em
diversas áreas, seja em novos negócios ou em projetos em que o
fundo já atua. Entre esses novos
investimentos, por exemplo, Rosa
informou que a Previ tem examinado de que forma o fundo participaria das PPPs (Parceria Público-Privadas).
O exame da participação da
Previ nas PPPs, segundo Sérgio
Rosa, está sendo feita com a
Abrapp (Associação Brasileira de
Previdência Privada), que está
coordenando o trabalho de análise da participação dos fundos de
pensão nessa nova modalidade de
investimento.
Na área de novos negócios, a
Previ também começou a estudar,
há pouco tempo, a participação
em fundos de "venture capital"
(capital de risco) para investir em
pequenas empresas na área de alta tecnologia e de biotecnologia.
Seriam investimentos em parceria na qual a Previ não atuaria como gestor, e sim como investidor.
Já em relação às antigas operações, uma das prioridades da Previ diz respeito à renegociação da
dívida de R$ 1,5 bilhão da Brasil
Ferrovias com o BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social). Criada em
2002, a Brasil Ferrovias reúne as
operações das ferrovias Ferronorte (Ferrovias Norte Brasil), Ferroban (Ferrovias Bandeirantes) e da
Ferrovia Novoeste. A Brasil Ferrovias é controlada pela Previ e
pela Funcef (o fundo de pensão
dos funcionários da Caixa Econômica Federal).
Segundo Sérgio Rosa, a renegociação da dívida da Brasil Ferrovias com o BNDES já está em fase
final, e, depois de concluído o
processo, a empresa pretende investir cerca de R$ 300 milhões na
ampliação da malha ferroviária.
Rosa afirma que, eventualmente,
alguns investimentos previstos,
como na Ferronorte, podem ser
enquadrados em projetos no âmbitos das PPPs.
Imbróglio
A área de telefonia é outra grande frente da Previ sujeita a mudanças estratégias também em
2005. O fundo vive há alguns anos
uma batalha com o Opportunity,
de Daniel Dantas, que é seu sócio
em diversas empresas na área de
telefonia, entre elas a Brasil Telecom e a Telemig Celular.
Sérgio Rosa disse que está sendo
buscada uma solução para o imbróglio, mas, por enquanto, "infelizmente não tem nada que pode
se chamar de um acordo entre
qualquer uma das partes". Segundo Rosa, quem está negociando
pela Previ com o Opportunity é a
empresa de gestão Angra Partners, que administra o fundo da
Previ na área de telefonia.
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