|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Dirceu diz que garantia de PPP está resolvida
DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou ontem
em Davos, na Suíça, que na
próxima semana será assinado
o decreto presidencial de regulamentação do órgão gestor
das PPPs (Parcerias Público-Privadas). De acordo com ele, a
questão do fundo garantidor,
cujas regras precisam ser regulamentadas, também estará resolvida.
O fundo garantidor terá administração de natureza privada (regras de gestão), de modo
que os recursos não possam ser
utilizados pelo governo com
outro propósito que não o de
pagar os parceiros privados em
casos de falta de dinheiro público. Estados e municípios
com projetos de PPPs terão de
criar seus próprios fundos garantidores.
Dirceu sustentou que, em
2006, obras no âmbito das
PPPs estarão em andamento.
Disse que os três ou quatro primeiros projetos serão de rodovias e que empresários teriam
demonstrado interesse em tocar essas obras.
O vice-presidente do BNDES,
Demian Fiocca, confirmou que
o decreto de regulamentação
das parcerias deve sair nas próximas semanas. Preferiu, contudo, não se comprometer
quanto ao fundo garantidor.
"Estamos trabalhando para
saber como as garantias serão
executadas", disse Fiocca, durante seminário em São Paulo.
"Não sei se o fundo entrará no
decreto, é possível que possa
sair em forma de regulamentação. Mas estamos confiantes de
que ele é robusto e que não haverá insegurança para os investidores", afirmou.
Conforme o vice-presidente
do BNDES, rodovias e ferrovias
figuram no topo da lista de
prioridades. Segundo ele, oito
novas concessões, entre Belo
Horizonte e Florianópolis, estão em fase final de estudos pelo governo.
Ferrovias
Além delas, há interesse em
tirar do papel duas antigas pretensões do setor produtivo: a
extensão da ferrovia Norte-Sul
e a reestruturação da Brasil
Ferrovias. Ambas servirão para
escoar a produção da região
Centro-Oeste.
"Estamos trabalhando para
dirimir o desentendimento de
sócios da Brasil Ferrovias",
afirmou Fiocca. A capitalização
da empresa é discutida no
BNDES desde o ano passado.
"É possível que fiquemos com
uma parte da empresa, como
sócios, mas precisamos definir
antes a participação acionária
de cada um", completou o vice-presidente do banco.
Macroprojetos
Fiocca informou que um grupo especial do BNDES desenha
regras para macroprojetos, investimentos acima de US$ 1 bilhão, equivalentes a cerca de R$
2,65 bilhões. "Discutem-se o
uso de recebíveis, a exposição
[máxima] dos sócios e as garantias para a operação", explicou ele.
A Folha apurou que um dos
motivos que pesaram na criação do grupo de estudos foi a
usina de Belo Monte, no Pará.
O Ministério de Minas e Energia enfrenta problemas de licenciamento ambiental para
fazer a obra.
De acordo com Fiocca, o governo pretende ainda lançar
nos próximos meses a retomada de empréstimos à indústria
naval. "Está muito próximo o
relançamento de investimentos nesse setor", afirmou o vice
do BNDES.
(LEONARDO SOUZA E JANAÍNA LEITE)
Texto Anterior: Umberto Primo será centro de transplante Próximo Texto: Investimento: Fundo sai "em breve", afirma Fiocca Índice
|