São Paulo, sábado, 29 de janeiro de 2005

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INVESTIMENTO

Vice-presidente do BNDES diz que verba para PPP sai em semanas

Fundo sai "em breve", afirma Fiocca

DA REPORTAGEM LOCAL

Tido pelo mercado como o novo homem forte do crédito no país, o vice-presidente do BNDES, Demian Fiocca, afirma que o governo estuda como viabilizar a expansão da ferrovia Norte e Sul, por concessão ou PPP. "Trata-se de viabilizar um modelo novo de investimento." Ontem, ele falou ontem à Folha. (JL)

 

Folha - Quando o fundo garantidor para as PPPs sairá?
Demian Fiocca -
Logo. O fundo está pronto e vai agradar a todos, porque é muito bem amarrado. Estamos apenas acertando os detalhes.

Folha - Quando é logo?
Fiocca -
Semanas, não meses. Mas é impossível precisar a data.

Folha - As prioridades em PPP foram definidas?
Fiocca -
O governo estuda como viabilizar a expansão da ferrovia Norte e Sul, que liga a Carajás. Estamos discutindo se é melhor concessão ou PPP. Trata-se de viabilizar um modelo novo de investimento, porque hoje a concessionária é uma estatal, a Valec.

Folha - E a Brasil Ferrovias?
Fiocca -
Esse caso não envolve nova licitação, o que está em jogo é finalizar uma estrutura financeira que permita aporte de capital, para viabilizar a empresa. A negociação, assim, é entre governo, BNDES e acionistas.

Folha - Quando esses projetos sairão do papel e quanto será investido?
Fiocca -
No caso da Brasil Ferrovias, em breve. Já a Norte-Sul depende do governo federal. Quanto aos valores, ainda não batemos o martelo.

Folha - O que é "em breve"? No primeiro semestre?
Fiocca -
Sim. Mas também não quero fixar um dia específico.

Folha - E a BR-163, no Mato Grosso?
Fiocca -
Há o desafio de uma exploração ambientalmente sustentável e isso é complexo. Não é só passar asfalto, mas fazer um projeto de desenvolvimento regional ecologicamente correto ao longo dessa rodovia. Só assim o BNDES terá condições de apoiar a BR-163 financeiramente.

Folha - O BNDES vai participar da reestruturação das empresas aéreas?
Fiocca -
O tema está sob a responsabilidade do ministro da Defesa. Até agora o BNDES não estuda nenhuma modalidade específica de financiamento. Aguarda a decisão do governo, que está sendo negociada.

Folha - Além da logística, quais assuntos estão na ordem do dia do BNDES?
Fiocca -
Grandes projetos, envolvendo capital intensivo, acima de US$ 1 bilhão (R$ 2,65 bilhões). No banco, há um grupo especial estudando operações que exigem maior grau de sofisticação.

Folha - Quais, por exemplo?
Fiocca -
Uma nova siderurgia, um novo complexo petroquímico, uma grande planta de planta de papel e celulose etc. Nesses casos é um empreendimento que nascerá do nada. Não há fornecedor, nem máquinas, nem estrutura de transporte. Tudo é mais complexo, porque o BNDES precisa ver quem participará em cada etapa do processo e como será essa participação (sociedade ou prestação de serviços). Sem contar que o volume de recursos envolvidos é muito maior. É preciso garantir ao BNDES, que pretende contribuir para o crescimento estruturado da economia, poderá atuar efetivamente sobre elas.

Folha - O que será considerado um bom projeto desse tipo?
Fiocca -
Aquele que privilegiar um olhar estratégico.


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