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INVESTIMENTO
Vice-presidente do BNDES diz que verba para PPP sai em semanas
Fundo sai "em breve", afirma Fiocca
DA REPORTAGEM LOCAL
Tido pelo mercado como o novo homem forte do crédito no
país, o vice-presidente do BNDES,
Demian Fiocca, afirma que o governo estuda como viabilizar a expansão da ferrovia Norte e Sul,
por concessão ou PPP. "Trata-se
de viabilizar um modelo novo de
investimento." Ontem, ele falou
ontem à Folha.
(JL)
Folha - Quando o fundo garantidor para as PPPs sairá?
Demian Fiocca - Logo. O fundo
está pronto e vai agradar a todos,
porque é muito bem amarrado.
Estamos apenas acertando os detalhes.
Folha - Quando é logo?
Fiocca - Semanas, não meses.
Mas é impossível precisar a data.
Folha - As prioridades em PPP foram definidas?
Fiocca - O governo estuda como
viabilizar a expansão da ferrovia
Norte e Sul, que liga a Carajás. Estamos discutindo se é melhor
concessão ou PPP. Trata-se de
viabilizar um modelo novo de investimento, porque hoje a concessionária é uma estatal, a Valec.
Folha - E a Brasil Ferrovias?
Fiocca - Esse caso não envolve
nova licitação, o que está em jogo
é finalizar uma estrutura financeira que permita aporte de capital,
para viabilizar a empresa. A negociação, assim, é entre governo,
BNDES e acionistas.
Folha - Quando esses projetos
sairão do papel e quanto será investido?
Fiocca - No caso da Brasil Ferrovias, em breve. Já a Norte-Sul depende do governo federal. Quanto aos valores, ainda não batemos
o martelo.
Folha - O que é "em breve"? No
primeiro semestre?
Fiocca - Sim. Mas também não
quero fixar um dia específico.
Folha - E a BR-163, no Mato Grosso?
Fiocca - Há o desafio de uma exploração ambientalmente sustentável e isso é complexo. Não é só
passar asfalto, mas fazer um projeto de desenvolvimento regional
ecologicamente correto ao longo
dessa rodovia. Só assim o BNDES
terá condições de apoiar a BR-163
financeiramente.
Folha - O BNDES vai participar da
reestruturação das empresas aéreas?
Fiocca - O tema está sob a responsabilidade do ministro da Defesa. Até agora o BNDES não estuda nenhuma modalidade específica de financiamento. Aguarda a
decisão do governo, que está sendo negociada.
Folha - Além da logística, quais
assuntos estão na ordem do dia do
BNDES?
Fiocca - Grandes projetos, envolvendo capital intensivo, acima de
US$ 1 bilhão (R$ 2,65 bilhões). No
banco, há um grupo especial estudando operações que exigem
maior grau de sofisticação.
Folha - Quais, por exemplo?
Fiocca - Uma nova siderurgia,
um novo complexo petroquímico, uma grande planta de planta
de papel e celulose etc. Nesses casos é um empreendimento que
nascerá do nada. Não há fornecedor, nem máquinas, nem estrutura de transporte. Tudo é mais
complexo, porque o BNDES precisa ver quem participará em cada
etapa do processo e como será essa participação (sociedade ou
prestação de serviços). Sem contar que o volume de recursos envolvidos é muito maior. É preciso
garantir ao BNDES, que pretende
contribuir para o crescimento estruturado da economia, poderá
atuar efetivamente sobre elas.
Folha - O que será considerado
um bom projeto desse tipo?
Fiocca - Aquele que privilegiar
um olhar estratégico.
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