São Paulo, quinta, 29 de janeiro de 1998

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TELEFONIA
BNDES exige fluência no idioma
Língua portuguesa elimina consórcio

da Sucursal de Brasília

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) classificou as propostas técnicas de quatro consórcios na primeira fase da licitação para a avaliação e modelagem das empresas estatais de telecomunicações, que deverão ser privatizadas ainda no primeiro semestre deste ano.
Foram classificados os consórcios Telebrasil 2000 (liderado pelo Banco FonteCindam), Telebrasil (liderado pela Metal Data Engenharia e Representações Ltda.), Brasilcom (liderado pela Salomon Brothers Inc.) e Arthur Littles/Coopers & Lybrand/Deloitte & Touche.
Na edição de ontem do "Diário Oficial" da União, o BNDES esclareceu que os envelopes das propostas comerciais serão abertos no próximo dia 5 de fevereiro, na sede do banco, no Rio de Janeiro.
O consórcio formado pelos bancos Goldman Sachs, JP Morgan e Garantia foi desclassificado porque integrantes da equipe que terá reuniões com executivos do Sistema Telebrás não têm fluência na língua portuguesa.
Em entrevista coletiva, o ministro Sérgio Motta (Comunicações) confirmou a desclassificação, mas preferiu não comentar o caso. Segundo ele, a decisão é de responsabilidade do BNDES.
O consórcio Garantia/JP Morgan/Goldman poderá entrar com um recurso administrativo contra a sua desclassificação.
"Poderemos entrar com recurso, mas ainda vamos avaliar a possibilidade nos próximos dias", disse Eleazar de Carvalho Filho, representante do Garantia no consórcio.

Prioridade
A desclassificação foi atribuída à falta de fluência na língua portuguesa de quatro dos nove coordenadores da equipe formada pelo consórcio, uma das exigências da carta de convocação da licitação.
A desclassificação pegou o consórcio de surpresa. "Não imaginávamos que seria dada prioridade à fluência em português", afirmou Eduardo Gentil, diretor do Goldman Sachs.
Segundo Carvalho Filho, o grupo tinha consciência da exigência do edital.
"Mas, quisemos colocar como líderes da equipe pessoas com experiência em projetos de telecomunicações, sem nos importar com seu país de origem. Procuramos os melhores e discutimos muito sobre os nomes. Achamos que isso seria mais importante para o cliente", disse ele.
Dos quatro executivos sem fluência em português, dois pertencem ao Goldman e dois ao JP Morgan.


Colaborou VANESSA ADACHI, da Reportagem Local


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