Os empresários consideraram um avanço a proposta de reforma tributária que foi encaminhada ontem ao Congresso pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Há vários pontos considerados bastante favoráveis, como a desoneração de impostos sobre os investimentos, a fusão de vários impostos no IVA federal e a promessa de se consolidar o fim da guerra fiscal entre os Estados.
O problema, no entanto, é de ordem política. Em um ano de eleições municipais como este, a proposta terá certamente muitas dificuldades para ser aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado, ainda mais em meio a uma CPI instalada no Congresso. Mesmo assim, os empresários se comprometeram em dar apoio ao projeto.
"O projeto de reforma tributária representa um avanço, ainda que já tenha enfrentado muitas resistências que acabaram impedindo que ele tivesse uma amplitude maior, mas vamos apoiar a proposta", afirma Armando Monteiro, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
"Não sou um otimista ingênuo, mas acho até que é possível aprovar alguma coisa ainda neste ano," avalia Monteiro.
O fato é que o grande problema do projeto não diz respeito ao conteúdo, mas, sim, à viabilidade política, principalmente em um ano eleitoral, na opinião do cientista político Rogério Schmitt, analista da consultoria Tendências.
Além de ser um ano eleitoral, a tensão entre o Congresso e o governo está muito alta, com a CPI dos Cartões Corporativos, o que deve tumultuar ainda mais o andamento do projeto.
O governo já foi derrotado no final do ano passado no caso da renovação da CPMF, que não passou na votação em plenário no Senado, apesar de ter sido aprovada na Câmara dos Deputados. As mesmas dificuldades enfrentadas na CPMF podem se repetir no projeto da reforma tributária.
"O calendário eleitoral pode atropelar a tramitação da proposta", diz Schmitt.

VIAJANTES
Com a queda do dólar, que tem impulsionado as viagens internacionais, a receita da corretora de câmbio especializada em turismo Confidence cresceu cerca de 60% de 2006 para 2007, segundo Mauricio Lima, diretor financeiro da empresa. Em janeiro, a Confidence registrou incremento de 106% na receita líquida do mês, em relação ao mesmo período do ano passado. "O número de viagens subiu muito com a queda do dólar. Já está difícil conseguir passagem para maio e junho", afirma Lima. Em 2007, a Confidence abriu 20 filiais em cidades como Fortaleza, Porto Alegre e Goiânia. A expectativa da empresa, que tem hoje cerca de 60 unidades, com a expansão, é fechar 2008 com cem lojas.

RADICAL
A ESPN e a empresa de marketing esportivo Reunion Sports investiram R$ 15 milhões para trazer a São Paulo os X-Games, competição mundial de esportes radicais. O evento ocorrerá de 25 a 27 de abril no Anhembi, com competições de moto, skate e bike. Os organizadores esperam reunir 30 mil pessoas. Os X-Games se repetirá todos os anos na capital paulista.

BELÍNDIA
O presidente Lula vai viver no Rio, na próxima sexta, um típico dia de Belíndia, que, para quem não se lembra, é um país imaginário criado pelo economista Edmar Bacha, nos anos 70, para caracterizar os contrastes do Brasil, ao mesmo tempo desenvolvido como a Bélgica e atrasado como a Índia. De manhã, Lula visita as favelas da Rocinha, de Manguinhos e do Complexo do Alemão. Depois, segue para o Museu Histórico Nacional para participar, com o presidente de Portugal, Cavaco Silva, dos festejos do bicentenário da transferência da Corte portuguesa ao Brasil. À noite, os presidentes celebram a data com jantar de gala no Palácio das Laranjeiras.

PORTA FECHADA
A Drogasil comprou as 24 drogarias da rede Vison em Brasília e nas cidades satélites. A rede foi criada em 1986 e é uma das três maiores da região. As lojas foram vendidas "de portas fechadas" e pertenciam ao senador Adelmir Santana (DEM-DF). O valor do negócio não foi revelado.

PITO
O presidente Lula deu um pito a portas fechadas nos executivos alemães da ThyssenKrupp, no Rio, na quarta-feira, depois de ter participado do lançamento das obras para a construção da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico). Lula ficou indignado com o fato de a ThyssenKrupp ter vazado para a imprensa uma carta enviada a ele sem que antes ele tivesse tomado conhecimento do seu teor. Na carta, o grupo alemão cobra de Lula um compromisso do Brasil de comprar submarinos com ele em troca da construção da siderúrgica no Rio. A carta foi enviada logo depois de o Brasil ter se comprometido a comprar um submarino francês. Os executivos alemães ficaram sem jeito com o pito.

PERFUMARIA
A estilista Carolina Herrera vem ao Brasil na próxima semana, a convite da Neutrolab, para comemorar 20 anos da marca Carolina Herrera no segmento de perfumes. A previsão de faturamento da marca para 2008 é de R$ 35 milhões no país.

NO COPO: PRODUÇÃO DE LEITE BOVINO DEVE DOBRAR EM 2020
A produção de leite bovino brasileiro deverá dobrar em 2020, segundo a pesquisa Cenários para o Leite em 2020, feita pelo Sebrae, OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Confederação Brasileira das Cooperativas de Laticínios. De acordo com o trabalho, em 2005, o Brasil produziu 24,6 bilhões de litros de leite bovino e, em 2020, a produção deverá chegar aos 50 bilhões de litros. A expectativa é que as cooperativas de produtores de leite, que englobam os pequenos produtores rurais, sejam responsáveis por 30% a 50% do leite captado.

DE FERRO
A terceira usina de pelotização da Samarco, no ES, será inaugurada em abril. O investimento é de US$ 1,2 bilhão. "A companhia aumentará em 54% a capacidade de produção e adquire peso significativo na Balança Comercial brasileira, com quase 20% do mercado mundial de minério de ferro", diz a empresa. Segundo ela, Lula participará da inauguração.

ALERTA
O editor de Investimentos do "Financial Times", John Authers, comentando a liderança do mercado brasileiro entre os emergentes, lembra a lentidão da reforma fiscal e dispara: "O sucesso [do Brasil] nos últimos seis anos é inquestionável, mas os níveis de valorização atuais parecem exagerados. Ele se beneficiou da alta das commodities, mas pode ser vítima delas se a situação se inverter".

NO VETERINÁRIO
O engenheiro agrônomo Amauri Cavalheiro é o novo diretor de operações de grandes animais da Merial Saúde Animal, a principal unidade de negócios da farmacêutica veterinária, responsável por mais da metade do faturamento. O executivo, com passagens pela Rhône Mérieux e Rhodia-Mérieux, ocupará a função no lugar de Marcelo Bulman, que vai presidir a subsidiária mexicana da Merial.

BATISMO
A Neotex Soluções Ambientais passa a se chamar White Martins Soluções Ambientais. A empresa pretende aumentar em dez vezes o seu faturamento atual nos próximos cinco anos.