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Acusado queria "uns trocados para Carnaval"
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Preso sob a acusação de participar do furto de equipamentos de informática e informações sigilosas da Petrobras, em
Macaé (RJ), Michel Mello da
Costa disse em depoimento à
PF que praticou o crime, segundo a Folha apurou, com o
objetivo de "ganhar uns trocados para o Carnaval".
Os quatro presos foram indiciados pela prática de crime de
quadrilha.
Michel Costa afirmou não
saber exatamente o que estava
furtando.
No inquérito instaurado pela
PF consta que o grupo, ao qual
a empresa atribuiu a função de
verificar a segurança das cargas
que recebia, praticou oito furtos entre setembro de 2007 e
janeiro de 2008.
A principal razão para as práticas era a facilidade de acesso
ao material, relata a PF.
Os depoimentos colhidos pela Polícia Federal durante a última madrugada demonstram
que alguns lotes de carga chegavam até sem lacre e que o
grupo criminoso se encarregava de lacrá-los para não despertar suspeitas e continuar as
práticas ilícitas.
Abin
À Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) foi encomendado
um estudo sobre eventuais fragilidades da Petrobras no tratamento e no transporte de dados
sigilosos.
Praticamente todo o material subtraído pelo grupo nos
últimos cinco meses foi recuperado pela PF. No que diz respeito aos interesses da Petrobras,
ficou constatado que Cristiano
Tavares (um dos quatro detidos) vendeu o disco rígido com
informações reservadas de interesse estratégico.
Já outro detido, Éder da Costa, diante da repercussão do caso na mídia e do temor dos desdobramentos, destruiu o disco
rígido que, na partilha do furto,
ficou na fatia que lhe foi atribuída.
A Folha apurou que não foi
possível, no momento, saber o
conteúdo dos discos rígidos
que Éder da Costa destruiu.
E também não foram passadas informações sobre o comprador dos dados contidos no
disco rígido vendido por Cristiano Tavares.
No segundo caso, são dados
estratégicos que compõem a
parte mais importante da continuidade da investigação.
A PF já tem o endereço do
suposto comprador. Rastreia,
agora, os interesses e se ele sabia o que estava comprando, já
que Éder da Costa não revelou
tais informações em seu depoimento.
Assim, para os investigadores da PF, ficou claro que o crime não foi encomendado. Mas
teve um comprador que pode
ter interesses nas informações
resultantes da operação do
grupo preso ontem.
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