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Vale alcança lucro recorde de R$ 20 bi
Resultados da maior produtora mundial de minério de ferro em 2007 crescem 49% em relação ao ano anterior
China é o principal destino das vendas da empresa; maior custo veio da energia, que chegou no ano passado a quase R$ 5 bilhões
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Vale registrou lucro recorde de R$ 20,006 bilhões no ano
passado. O resultado representa um crescimento de 49% em
relação ao do ano anterior.
Analistas esperavam lucro da
ordem de R$ 19 bilhões.
A empresa é a maior produtora mundial de minério de ferro e a segunda maior em níquel.
No ano passado, a companhia
acumulou diversos recordes na
produção de produtos como
minério de ferro (303 milhões
de toneladas), níquel refinado
(248 mil toneladas), cobre (284
mil toneladas), entre outros.
As vendas de minério de ferro e pelotas chegaram a 291,491
milhões de toneladas. Em
2007, o preço subiu 9,5%. Para
2008, a Vale fechou reajustes
de 65% a 71%.
"Foi um crescimento influenciado pela consolidação
da Inco e pela maior demanda
de commodities", diz Cristiane
Viana, analista da Ágora.
A China foi o principal destino das vendas da empresa, com
participação na receita de
17,5% do total. O Brasil aparece
em segundo lugar, com 14,6%,
seguido de Japão (11,3%), Estados Unidos (10,7%), Alemanha
(5,5%) e Canadá (5,5%).
A receita bruta da Vale foi a
mais alta da história da empresa, de R$ 66,4 bilhões, um aumento de 42% em relação a
2006. O Ebitda (lucro antes de
despesas financeiras, impostos,
depreciação e amortização) ficou em R$ 33,6 bilhões.
Excluídas as aquisições, a Vale investiu US$ 7,6 bilhões no
ano passado, um valor 58% superior ao do ano anterior.
Os custos dos produtos vendidos pela companhia cresceram 44,9% e somaram R$
30,084 bilhões. A Vale atribui
uma parcela expressiva do
crescimento à consolidação da
Vale Inco no resultado de 2007.
O maior item de custo da empresa foi energia (elétrica, óleo,
combustível e gases), que somou R$ 4,927 bilhões. A empresa investe na construção de
usinas de geração de energia
para atender seu consumo.
No quarto trimestre, o lucro
foi de R$ 4,410 bilhões, 30,9% a
mais do que igual período do
ano anterior. A receita bruta
caiu 7%, para R$ 15,521 bilhões.
Segundo a Vale, a queda decorreu da apreciação do real e da
variação no preço dos metais.
A crise do mercado financeiro no começo do ano deteriorou as perspectivas de crescimento mundial. Mas a Vale espera que essa desaceleração
não se transforme em recessão.
Perspectivas
Para a companhia, é possível
esperar que o crescimento de
economias emergentes, como
China e Índia, compense parcialmente o efeito negativo de
uma expansão em ritmo menor
das economias desenvolvidas.
Em relação ao mercado de
minério de ferro, a empresa
afirma que há sinais de excesso
de demanda. Os preços no mercado à vista se situam em torno
de US$ 200 por toneladas.
O preço do cobre ficou acima
de US$ 8.000 por tonelada em
razão de oferta insuficiente, estoques baixos e problemas de
produção na China.
A Vale ressalta que o cenário
inclui, além da demanda crescente por minérios, uma escassez relativa de ativos em regiões de menores riscos políticos e econômicos.
Outro fator que pode interferir nas projeções de cenário para a companhia é a eventual
aquisição da mineradora anglo-suíça Xstrata. "Se fechar a aquisição, passará a ter mais poder
de barganha em diversos produtos", afirma Viana, da Ágora.
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