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TRABALHO
Taxa fica em 11,6% em fevereiro contra 11,2% em janeiro; sobre fevereiro de 2002 há queda de 0,9 ponto percentual
Desemprego cresce, diz pesquisa do IBGE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de desemprego em fevereiro deste ano ficou em 11,6%
-menor do que os 12,5% registrados em fevereiro de 2002, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística). Na
comparação com janeiro, porém,
há um crescimento. Naquele mês,
a taxa havia sido de 11,2%.
Embora o desemprego tenha
caído de um ano para o outro, a
economista do Departamento de
Emprego e Rendimento do IBGE
Shyrlene Ramos de Souza afirmou que a situação do mercado
de trabalho não se alterou em fevereiro.
É que o número de pessoas ocupadas ficou praticamente estável
(-0,1%). Houve uma redução de
apenas 25 mil pessoas no número
de empregados, num universo de
18,225 milhões de empregados
nas seis regiões metropolitanas
pesquisadas.
O indicador é o principal "termômetro" do mercado de trabalho, pois indica o movimento de
criação de novas vagas. Já a taxa
de desemprego (relação entre o
total de desempregados e a População Economicamente Ativa) é
afetada pela entrada e saída de
pessoas do mercado.
Adriana Fontes, especialista do
Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), afirma que,
com a atual situação econômica
-dólar ainda elevado e juros em
alta-, o mercado de trabalho está estagnado. Apesar da queda em
relação a 2002, ela disse que o desemprego interrompeu uma trajetória contínua de redução que
começou em julho de 2002. Voltou a subir em janeiro e o dado de
fevereiro, diz, pode confirmar essa nova tendência.
De janeiro para fevereiro, o aumento do desemprego aconteceu
porque cresceu o número de pessoas procurando trabalho, segundo Ramos de Souza. Houve uma
alta de 4,1% no total de desocupados à procura de um nova colocação. Esse contingente representou
93 mil pessoas. O problema é que
como não foram geradas novas
vagas essas pessoas não foram absorvidas.
Em fevereiro, a renda do trabalhador também se manteve estável na comparação com janeiro. O
rendimento médio habitualmente recebido -só considera o salário e, por isso, capta melhor as
condições do mercado- não variou, ficando em R$ 849,50. Caiu,
porém, em São Paulo (2,2%), Salvador (7,6%) e Belo Horizonte
(1,6%).
Já o rendimento efetivamente
recebido em janeiro -que soma
todos os ganhos e é melhor para
medir a massa de renda que vai
para o consumo- teve uma queda de 16,9% ante dezembro. O recuo é sazonal (típico de cada período) por causa do 13º terceiro
salário, pago naquele mês, de
acordo com o IBGE.
Em razão de problemas nos primeiros meses da nova pesquisa de
emprego, iniciada em outubro de
2001, o IBGE não fez as comparações com o mesmo mês do ano
anterior, que só serão possíveis a
partir de março.
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