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São Paulo, sábado, 29 de março de 2003

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TRABALHO

Taxa fica em 11,6% em fevereiro contra 11,2% em janeiro; sobre fevereiro de 2002 há queda de 0,9 ponto percentual

Desemprego cresce, diz pesquisa do IBGE

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A taxa de desemprego em fevereiro deste ano ficou em 11,6% -menor do que os 12,5% registrados em fevereiro de 2002, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística). Na comparação com janeiro, porém, há um crescimento. Naquele mês, a taxa havia sido de 11,2%.
Embora o desemprego tenha caído de um ano para o outro, a economista do Departamento de Emprego e Rendimento do IBGE Shyrlene Ramos de Souza afirmou que a situação do mercado de trabalho não se alterou em fevereiro.
É que o número de pessoas ocupadas ficou praticamente estável (-0,1%). Houve uma redução de apenas 25 mil pessoas no número de empregados, num universo de 18,225 milhões de empregados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas.
O indicador é o principal "termômetro" do mercado de trabalho, pois indica o movimento de criação de novas vagas. Já a taxa de desemprego (relação entre o total de desempregados e a População Economicamente Ativa) é afetada pela entrada e saída de pessoas do mercado.
Adriana Fontes, especialista do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), afirma que, com a atual situação econômica -dólar ainda elevado e juros em alta-, o mercado de trabalho está estagnado. Apesar da queda em relação a 2002, ela disse que o desemprego interrompeu uma trajetória contínua de redução que começou em julho de 2002. Voltou a subir em janeiro e o dado de fevereiro, diz, pode confirmar essa nova tendência.
De janeiro para fevereiro, o aumento do desemprego aconteceu porque cresceu o número de pessoas procurando trabalho, segundo Ramos de Souza. Houve uma alta de 4,1% no total de desocupados à procura de um nova colocação. Esse contingente representou 93 mil pessoas. O problema é que como não foram geradas novas vagas essas pessoas não foram absorvidas.
Em fevereiro, a renda do trabalhador também se manteve estável na comparação com janeiro. O rendimento médio habitualmente recebido -só considera o salário e, por isso, capta melhor as condições do mercado- não variou, ficando em R$ 849,50. Caiu, porém, em São Paulo (2,2%), Salvador (7,6%) e Belo Horizonte (1,6%).
Já o rendimento efetivamente recebido em janeiro -que soma todos os ganhos e é melhor para medir a massa de renda que vai para o consumo- teve uma queda de 16,9% ante dezembro. O recuo é sazonal (típico de cada período) por causa do 13º terceiro salário, pago naquele mês, de acordo com o IBGE.
Em razão de problemas nos primeiros meses da nova pesquisa de emprego, iniciada em outubro de 2001, o IBGE não fez as comparações com o mesmo mês do ano anterior, que só serão possíveis a partir de março.


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