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MERCADO FINANCEIRO
C-Bonds e captações freiam moeda dos EUA, que fecha a R$ 3,372; Ibovespa ganha 10,8% no mês
Dólar acumula queda de 5,68% em março
DA REPORTAGEM LOCAL
Na ausência de novidades internacionais que impactassem negativamente o câmbio, a continuidade da demanda por títulos privados brasileiros no exterior fez o
dólar cair 0,38% e fechar cotado a
R$ 3,372. Com a queda de ontem,
a moeda norte-americana passou
a registrar desvalorização de
0,97% na semana e 5,68% no mês.
Artigo assinado por John Izard
e publicado no jornal britânico
"Financial Times" gerou polêmica nas mesas de operações de C-Bonds, o principal título da dívida
externa brasileira. No texto, o autor recomendava a venda dos papéis, ao dizer que os investidores
deveriam aproveitar a atual cotação para realizar seus lucros. Entretanto o título manteve a sua
trajetória de alta observada nos
últimos meses e subiu mais
0,31%. Assim, o risco-país caiu
2,55% e fechou aos 1.031 pontos.
A Bovespa se descolou das Bolsas dos Estados Unidos, que fecharam em baixa, e subiu 1,44%.
Em março, o índice registra alta
de 10,8% e deve encerrar a próxima segunda-feira como a melhor
aplicação financeira do mês.
Segundo operadores, a principal justificativa para a alta é a aparente volta de alguns investidores
ao Brasil. Para eles, a baixa taxa de
juros nos EUA e os riscos trazidos
pela guerra estão gerando uma
realocação de carteiras, principalmente as com ativos de países
emergentes.
Além disso, os sinais dados até
agora pelo novo governo, como
aumento da Selic (taxa básica de
juros) para conter a inflação e
comprometimento com as reformas previdenciária e fiscal, encoraja aqueles que saíram do país
devido às incertezas eleitorais.
Como o mercado brasileiro perdeu muito no ano passado e o país
está longe da área do conflito no
Oriente Médio, os investidores o
vêem como um destino "natural"
para esses recursos.
A entrada de capital externo por
meio de captações no exterior
corrobora essa teoria. Ontem foi a
vez de o Banespa anunciar uma
emissão de US$ 125 milhões, valor duas vezes e meio maior do
que o inicialmente proposto. A taxa da operação ficou em 6,375%
ao ano, a mínima ofertada pelo
banco. Em fevereiro, o Banespa já
havia concluído uma captação de
US$ 50 milhões.
A maior alta ontem na Bovespa
foi a ação PN da Klabin (8,4%) e a
maior baixa foi a preferencial da
Embraer (1,3%).
(GEORGIA CARAPETKOV)
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