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São Paulo, sábado, 29 de março de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

C-Bonds e captações freiam moeda dos EUA, que fecha a R$ 3,372; Ibovespa ganha 10,8% no mês

Dólar acumula queda de 5,68% em março

DA REPORTAGEM LOCAL

Na ausência de novidades internacionais que impactassem negativamente o câmbio, a continuidade da demanda por títulos privados brasileiros no exterior fez o dólar cair 0,38% e fechar cotado a R$ 3,372. Com a queda de ontem, a moeda norte-americana passou a registrar desvalorização de 0,97% na semana e 5,68% no mês.
Artigo assinado por John Izard e publicado no jornal britânico "Financial Times" gerou polêmica nas mesas de operações de C-Bonds, o principal título da dívida externa brasileira. No texto, o autor recomendava a venda dos papéis, ao dizer que os investidores deveriam aproveitar a atual cotação para realizar seus lucros. Entretanto o título manteve a sua trajetória de alta observada nos últimos meses e subiu mais 0,31%. Assim, o risco-país caiu 2,55% e fechou aos 1.031 pontos.
A Bovespa se descolou das Bolsas dos Estados Unidos, que fecharam em baixa, e subiu 1,44%. Em março, o índice registra alta de 10,8% e deve encerrar a próxima segunda-feira como a melhor aplicação financeira do mês.
Segundo operadores, a principal justificativa para a alta é a aparente volta de alguns investidores ao Brasil. Para eles, a baixa taxa de juros nos EUA e os riscos trazidos pela guerra estão gerando uma realocação de carteiras, principalmente as com ativos de países emergentes.
Além disso, os sinais dados até agora pelo novo governo, como aumento da Selic (taxa básica de juros) para conter a inflação e comprometimento com as reformas previdenciária e fiscal, encoraja aqueles que saíram do país devido às incertezas eleitorais.
Como o mercado brasileiro perdeu muito no ano passado e o país está longe da área do conflito no Oriente Médio, os investidores o vêem como um destino "natural" para esses recursos.
A entrada de capital externo por meio de captações no exterior corrobora essa teoria. Ontem foi a vez de o Banespa anunciar uma emissão de US$ 125 milhões, valor duas vezes e meio maior do que o inicialmente proposto. A taxa da operação ficou em 6,375% ao ano, a mínima ofertada pelo banco. Em fevereiro, o Banespa já havia concluído uma captação de US$ 50 milhões.
A maior alta ontem na Bovespa foi a ação PN da Klabin (8,4%) e a maior baixa foi a preferencial da Embraer (1,3%).
(GEORGIA CARAPETKOV)


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