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São Paulo, sábado, 29 de março de 2003

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ÁGUIA EMPACADA

Guerra e combustível caro afetam gastos dos norte-americanos

Consumo fica estagnado nos EUA

DA REDAÇÃO

Os gastos das famílias dos Estados Unidos ficou estável pelo segundo mês consecutivo, ao passo que a confiança do consumidor recuou para o nível mais baixo dos últimos dez anos.
Segundo os analistas, são três as razões principais para os norte-americanos terem fechado a carteira: o receio dos efeitos da guerra no Iraque, o aumento nos preços dos combustíveis e a piora no mercado de trabalho.
Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, os gastos não cresceram no mês passado, depois de também terem permanecido estáveis em janeiro. A perda de ritmo no consumo deverá se traduzir em um fraco crescimento econômico no primeiro trimestre. Dois terços do PIB (Produto Interno Bruto) do país são gerados a partir do consumo.
No mês passado, às vésperas da guerra, houve um grande reajuste nos preços dos combustíveis e de energia. As rigorosas nevascas que atingiram o país também pesaram. Esse aumento afetou o poder aquisitivo da população.
"Os números mostram como altos preços de combustíveis atingem o crescimento econômico", disse Chris Low, economista-chefe da corretora FTN Financial.
Os analistas não esperam que o PIB cresça no atual trimestre a um ritmo mais acelerado do que a taxa anualizada de 1,4% registrada nos três últimos meses do ano passado. Tal índice é inferior aos 3% considerados necessários para a criação de empregos.
Já o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan recuou pelo terceiro mês seguido. O indicador caiu neste mês para 77,6 pontos, o menor nível desde setembro de 1993, ante 79,9 pontos em fevereiro.
O instituto Conference Board já havia informado, nesta semana, que seu índice de confiança recuou para 62,5 pontos, também o nível mais baixo desde 1993, quando o país ainda vivia os efeitos da recessão que sucedeu a Guerra do Golfo (1991).

Bolsas e óleo
Os fracos indicadores econômicos atingiram o humor dos investidores, e o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York encerrou o dia em queda de 0,68%, amargando uma queda de 4,4% no acumulado da semana. No ano, o recuo é de 2%. A Nasdaq caiu 1,06% no dia e 3,6% na semana.
"Não há muito o que fazer até que tenhamos alguma definição sobre o Iraque, e parece que não será uma definição rápida", disse James Volk, diretor da corretora DA Davidson.
O preço do barril do petróleo chegou a passar de US$ 31 ontem na Bolsa Mercantil de Nova York, o maior valor desde o início da guerra. Mas a cotação acabou encerrando o dia em ligeira baixa, a US$ 30,16. Em Londres, o preço também recuou, para US$ 26,35.


Com agências internacionais


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