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BrT e Oi chegam a acordo no horário limite
Empresários acertaram fim de pendências judiciais que permitiram entendimento em cima do prazo estipulado por eles
Fato relevante deve ser
publicado na próxima
semana; para que acordo
possa se concretizar de fato,
é preciso anuência da Anatel
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O acerto para o fim das pendências judiciais entre o Citigroup e o Opportunity, que permitiu o acordo de compra da
Brasil Telecom pela Oi (ex-Telemar), foi fechado no limite do
prazo definido pelos acionistas
para o negócio ser realizado.
Os empresários Sérgio Andrade, da Andrade Gutierrez, e
Carlos Jereissati, da La Fonte,
haviam definido que o Citi e o
Opportunity teriam até as 20h
de quinta para chegarem a um
acordo. Caso contrário, teriam
que pensar num plano B.
O acordo entre Citi e Opportunity foi fechado no horário fixado como limite. Os dois abriram mão de todas as pendências judiciais, inclusive as ações
que correm em Nova York.
Os detalhes do acordo ainda
não são conhecidos. A Folha
apurou, no entanto, que, para o
martelo ser batido, o Opportunity aceitou reivindicação do
Citi de ter participação maior
na Telemig, o que corresponde
a um desembolso de US$ 100
bilhões para o banco dos EUA.
Em contrapartida, o Citi abre
mão da ação de perdas e danos
correspondente a US$ 300 bilhões que tem contra o Opportunity em Nova York.
Ontem, os escritórios de advocacia dos dois sócios ficaram
reunidos para preparar a papelada que sacramenta o acordo.
O objetivo é que os documentos sejam assinados na próxima quinta, quando as duas empresas devem divulgar um fato
relevante da operação.
Oficialmente, a Oi negou que
as negociações para a compra
da BrT estejam finalizadas, em
resposta a questionamentos da
CVM (Comissão de Valores
Mobiliários).
Para que a compra da BrT
pela Oi possa se concretizar de
fato, é preciso que a Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) dê anuência. A
agência, no entanto, só pode fazer isso depois que houver mudança na legislação, que na sua
forma atual impede a operação.
No dia 13, o Ministério das
Comunicações recomendou à
Anatel mudanças no PGO (Plano Geral de Outorgas) que permitam que uma concessionária
de telefonia fixa possa comprar
outra. Desde então, a agência
estuda o tema.
O PGO, definido por decreto
do presidente da República, divide o país em áreas de prestação de serviço de telefonia fixa
e estabelece que uma mesma
empresa não pode ser concessionária de telefonia fixa local
em duas regiões diferentes.
Em fevereiro, a Abrafix (Associação Brasileira das Concessionárias de Telefonia Fixa Comutada) enviou carta à Anatel
pedindo mudanças na regulamentação do setor.
A Anatel enviou a carta ao
Ministério das Comunicações,
que a tomou por base para produzir ofício enviado novamente à agência reguladora, propondo as mudanças. O ministério propôs o fim das restrições
à compra de uma concessionária pela outra e mudança para
permitir o oferecimento de pacotes de múltiplos serviços (fixo, móvel, banda larga e TV)
por uma mesma empresa.
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