da Redação

O megainvestidor George Soros não vai mais aplicar somas assombrosas nos lances arriscados do mercado financeiro que fizeram sua fama e fortuna.
"Os anos de nossas grandes apostas acabaram", disse ontem o financista húngaro naturalizado americano, 69, que já foi acusado de precipitar a crise asiática, em 97, depois de apostar contra as moedas da região no mercado de câmbio.
Soros anunciou ontem que seu principal fundo, o Quantum Fund, de altíssimo risco, será reestruturado, depois de perder US$ 3 bilhões na Nasdaq, a Bolsa em que são negociadas as ações da nova economia nos EUA. Mudará de nome, para Quantum Endowment Fund, e terá um perfil mais conservador.
Soros afirmou que agora quer cuidar do seu dinheiro "de modo diferente", assumindo menos riscos em troca de um retorno mais confiável, que lhe permita financiar suas atividades filantrópicas -a maior parte delas no Leste Europeu.
O seu grupo, o Soros Fund Management, o maior em operações de hedge (proteção), entrou no mercado da nova economia no final de 99, em uma tentativa de recuperar as perdas que registrara naquele ano.
Com o colapso dos papéis das empresas de alta tecnologia nas últimas semanas, no entanto, os fundos de Soros perderam muito dinheiro. Somente o Quantum Fund teve reduzido um quinto de seu valor nas duas primeiras semanas deste mês.
Nos últimos dois anos, em meio às turbulências do mercado financeiro, a indústria de hedge vem sofrendo algumas baixas.
No mês passado, Julian Robertson, dono do fundo de alto risco Tiger Management, anunciou o final de suas operações.
Em 98, o Long-Term Capital Management, liderado por John Meriwether, por pouco não acabou, em razão da crise russa.


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